O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, junho 07, 2018

GILANIA




ANDROCRACIA E GILANIA

Como termo mais preciso do que patriarcado para descrever um sistema social governado por homens através da força ou da ameaça de força, proponho o termo "androcracia". Já com algum uso, este termo deriva das raízes gregas "andros", ou “homem”, e "kratos" (como em democrático), ou “governado”. 

Para descrever a alternativa real a um sistema baseado na graduação de metade da humanidade acima da outra, proponho o termo "gilania". "Gi" deriva da raiz grega "gyne", ou “mulher”. "Na" deriva de "andros", ou “homem”. A letra "l" entre as duas tem um duplo sentido. Em inglês, representa a associação (no original inglês "linking") de ambas as metades da humanidade, em vez de, como na androcracia, a sua graduação. Em grego, deriva do verbo "lyein" ou "lyo", que tem por sua vez um duplo sentido: solver ou resolver (como em análise) e dissolver ou libertar (como em catálise). Neste sentido, a letra l representa a resolução dos nossos problemas através da libertação de ambas as metades da humanidade da rigidez estultificante e destorcedora das funções impostas pelas hierarquias de dominação inerentes aos sistemas androcráticos.


Riane Eisler, O Cálice e a Espada, Via Óptima, Porto





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