O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, junho 21, 2018

LITHA

LITHA

"Há uma infinidade de lendas e ritos que envolvem a noite do Solstício de Verão: Um dos costumes mais populares na Europa e Norte da África é a colheita de ervas medicinais e mágicas nesse dia. Acredita-se que a plenitude da força do deus está impregnada nessas ervas e contém todo o poder sanador e mágico para a cura de doenças. O visco e o basílico, como outras muitas ervas, são colhidos ritualisticamente e usados para preservar a energia nos tempos frios em encantamentos e sortilégios.

Banhos purificadores e curas milagrosas são realizados nas noites mágicas em fontes, rios e cachoeiras. Acredita-se também que tudo aquilo que for sonhado, desejado ou pedido na noite de Litha se tornará realidade.

Os antigos Povos da Europa acreditam que, nessa noite, criaturas mágicas andam correndo pelos campos e florestas e poderiam facilmente ser vistos e contatados.

É costume dar continuidade a grande fogueira de Beltane, como também pula-la para se livrar dos infortúnios e da negatividade. Tradicionalmente essa fogueira é acesa com gravetos de abeto e carvalho, duas árvores consideradas mágicas pelos neopagães." - wikipedia


LITHA E A ÁGUA

Litha é o festival em que celebramos a Mãe da Água a Rainha de todas as Emoções.
A água é o Sangue da Mãe Terra. Brota das fontes, das nascentes, dos poços, dos rios, dos mares, dos lagos e da chuva e é o princípio do feminino no planeta Terra.
Nos textos Védicos é dito que existem sete tipos de águas: nascentes, corredeiras, rios, lagoas, lagos, aquíferos e o mar. Os lagos e lagoas representam o ventre, os rios e as cachoeiras a fertilidade e virilidade das águas e os oceanos representam o líquido amniótico.
Os mares e oceanos são conhecidos em muitas tradições como a mãe das águas.
Sendo que o elemento água é o sangue do nosso planeta, os rios são as veias da Terra e por natureza, as mulheres cuidam e abençoam a água. O princípio feminino é nutrir, manter seguro. As mulheres têm a responsabilidade de agir como guardiãs das águas. Toda a água que flui traz a marca da nutrição, da mãe, da cuidadora.


Tal como a Mãe Terra, também as mulheres têm no seu sangue o fluir das águas:
 As marés: maré cheia na ovulação, maré vazia na menstruação.
 As águas da gestação
 As águas da sexualidade - a lubrificação e a ejaculação feminina
 As águas da digestão – a saliva
 As águas da purificação - lágrimas e suor

A vulva da Mulher é associada ao peixe, viajante das águas, pela sua forma oval e pelo seu cheiro a maresia. A mitologia da sereia e o símbolo da vesica piscis têm origem nesta mesma semelhança.
O útero da mulher é associado ao berço das águas - da destruição na menstruação e da criação na ovulação e gestação.
Em muitas religiões, a água simboliza purificação e a cura. Na religião católica, a "água benta" e o baptismo, onde a água representa o elemento principal de limpeza espiritual, é jorrada sobre a cabeça do recém-nascido para lavar os “pecados”.
No hinduísmo, a água serve para a limpeza e purificação das imagens rituais do divino e dos fiéis. Esse ritual acontece no dia do ano novo simbolizando a regeneração.
No Taoismo a água é um elemento associado ao feminino, Yin, e simboliza a sabedoria, as virtudes.
Na Alquimia, a água é o segundo dos quatro elementos, depois da terra, e tem a função sentimento. A operação alquímica, Solutio, fala-nos da sabedoria da água que não luta contra as dificuldades, apenas acompanha o terreno e se adequa às circunstâncias. A água com seu movimento fluido contorna os obstáculos sem se deter perante eles. A sua persistência e a sua maleabilidade são sua força.
A água simboliza a origem da vida, a fecundidade, a fertilidade, a transformação, a purificação, a força, a limpeza.

Irene Crespo

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