O PRIMEIRO OBJECTO DE AMOR É A MÃE
..." Kundalini-a serpente vital, a mãe do mundo é uma força eletromagnética. O sopro ardente do dragão é um poder real que, quando despertado em ação, pode facilmente destruir como pode criar. O que é verdadeiro de qualquer potência natural, fogo, água, vento, também é verdade do poder espiritual: grande energia também é grande perigo. Com a deusa, tudo é real. O Espírito e a matéria são forças igualmente poderosas, e a sua acção de entrelaçamento é constantemente mágica, constantemente real.
Ao separar o espírito e a matéria, a ideologia patriarcal reduziu a existência física a um mero mecanismo observável, chamada " realidade prática enquanto a existência espiritual é descartada ou abstrato em " a imaginação " ou " o ideal Ou, como nos cultos solares apolonianos - e nas tendências teológicas do Budismo, Judaísmo, islamismo e cristianismo - espírito torna - se ' puro ser ' ou ' pura existência na eternidade ' ou ' bem absoluto ' ou alguma outra abstração intelectual totalmente unrooted Em processo cósmico. Totalmente extraído da vida, como um dente sublime.
O Espírito, na religião matriarcal, não nega a sua ligação com a mãe. É gerada fora do processo de vida no tempo e no espaço: Ela cria, dissolve e transforma-se como ela vai. O Espírito e a matéria em espiral são ambos iguais e igualmente reais. E esta é a realidade espiritual da evolução, em que a matéria se cria na consciência, uma vez que a consciência espiritual se criou em matéria."
"O primeiro objecto de amor para mulheres e homens é a mãe; mas no patriarcado, o filho tem de rejeitar a mãe para ser capaz de dominar a esposa como "um homem ...de verdade" - e a filha deve traí-la para se "submeter a um homem". Na sociedade matriarcal, esse duplo fardo de traição biológica e espiritual não ocorre. Tanto para as mulheres quanto para os homens, existe uma estreita identificação com o grupo coletivo de mães, com a Mãe Terra e com a Mãe Cósmica. E, como os psicanalistas continuam a repetir, essa identificação é propícia à bissexualidade em ambos os sexos. Mas a homossexualidade em homens tribais ou pagãos não se baseava na rejeição da Mãe, ou da mulher, como na cultura patriarcal; era baseada no amor de irmão, irmão-afinidade, como filhos da mãe. E o lesbianismo entre as mulheres não se baseava no medo e rejeição dos homens, mas no desejo da filha de restabelecer a união com a Mãe e com sua própria feminilidade. O coletivo de mães, identificado por filhas e filhos, era formado por mulheres fortes, criativas, produtoras, sexualmente livres e visionárias. E assim o ideal da feminilidade, para ambos os sexos, não era a submissão forçada e estúpida dos oprimidos, como na cultura patriarcal."
Do livro A Grande Mãe Cósmica de Mónica Sjoo e Bárbara Moor
A falta da Mãe na nossa cultura gera o ódio e a guerra no mundo.
É curioso notar que em filmes de guerra assim como nos filmes de aventuras e ficção, o padrão dominante filha/pai é nos dias de hoje uma constante subliminar…em que a rapariga heroína aparece a defender o papá, marcada com o abandono do pai ou decepcionada por ele não ser como ela o projecta ou não lhe dar a atenção que ela busca, e que acaba sempre por ser o seu grande herói, amor ou fixação…
Isto é deveras estranho, mas faz parte da nossa cultura patriarcal. É como se de facto a mãe não existisse e não tivesse qualquer importância e explora-se o amor da filha pelo pai (tal como do filho) ou fazendo o pai ser o bom da fita e a mãe uma bêbada, prostituta ou drogada… este é sempre o tema dos filmes americanos...
Assim se destrói na cultura patriarcal a importância da Mãe, tal como se faz no mito grego em que Zeus engole a deusa Metis para lhe roubar a gravidez da filha Atena que o ameaçava de tirar-lhe o seu trono quando crescesse. Atena acaba por nascer saindo da cabeça de Zeus ou da sua perna. Aí acabou o reino da Rainha Mãe para se instituir o reino do Deus Pai.
Esta é a mensagem que passa num universo masculino de culto do pai e onde a mulher e a Mãe é desprezada/anulada. Portanto, ligando essa psicologia das “profundidades” com a psicologia das massas de hoje e a new age com os seus filmes (realizado por artistas escritores e intelectuais actuais) aos famosos psicólogos, não há dúvida que a Mulher não tem Anima nem sequer tem uma referência maternal. A sua importância é sonegada. Ela é apenas a amante sexual potencial do pai e do amante, o futuro herói que irá preenche-la e tomar conta dela, dominando-a.
AS MULHERES DE HOJE SÃO ATENAS - saídas da cabeça do Pai..
Mulheres que negam a mãe e imitam o pai ...secretárias devotadas de patrões e deputadas e ministras devotas dos lideres, quase todas as mulheres de sucesso neste mundo são Filhas do Pai...prontas a executar as suas ordens...
"Talvez o maior diferenciação da Deusa Atena está em não ter conhecido e não ter convivido com a mãe, Métis. Na verdade Atena parecia não ter consciência de que tinha mãe, pois considerava-se portadora de um só genitor, Zeus. Na qualidade de tão somente "filha do pai", Atena tornou-se uma defensora dos direitos e dos valores patriarcais.
Ela era o "braço direito" de Zeus, com crédito total para usar bem sua autoridade e proteger as prerrogativas dele. Muitas dedicadas secretárias executivas, que devotam suas vidas a seus patrões, são bons exemplos das convicções da Deusa Atenas.(...)
A Deusa não conheceu sua mãe, Métis."
*Oráculos Ofídios de Delfos = Útero que foi destruído por Apolo ao destruir o culto da Grande Deusa Mãe, matando a Piton, a grande Serpente, destrói a Fonte do conhecimento transcendente que ligava a Terra ao Comos por intermedio da pitonisa destituída do seu cargo passando Delfos a ser servido por sacerdotes do deus Apolo em função da Guerra. Durante esse período que vai até ao cristianismo assistimos à fragmentação da Deusa inicial e da Deusa-Mãe/amante/sacerdotisa, às muitas faces da deusa dividida em imensos estereótipos, desde a Héstia e "Aquela"...como eu gosto de ironizar. AS deusas todas divididas e a bulha entre si por causa de Zeus e que hoje consideramos arquétipos fundamentais na nossa cultura patriarcal , mas que apenas representam, a partir de um dado período, a mulher cindida em muitas faces, a mulher dividida que resulta nos nossos dias ainda na dicotomia existencial entre a boa e a má representadas por Maria Madalena a pecadora e a Virgem Maria sem pecado, como arquétipos da mente feminina moderna mas não como arquétipos básicos que são anteriores ao patriarcalismo – e que são os correspondentes do homem: a rainha/mãe, a amante-sacerdotisa e a amazona/heroína …
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