in ÁGUA VIVA - Clarice Lispector
O AMOR A PRIMEIRA VISTA
“O amor à primeira vista, irresistível vaga pulsional, transporta o individuo para fora de si mesmo, provoca o êxtase, um orgasmo mental, de certo modo. Irrupção angustiosa, em certa medida, sem duvida, desdobramento de exaltação, criador de prazer e de alegria, por outro lado, sem dúvida também. Impressão de se ser levado por qualquer coisa de mais poderoso que nós e que nos ultrapassa. Ao mesmo tempo o sentimento de uma coincidência inesperada, de um... encontro milagroso entre o real e o imaginário. Impressão, finalmente, de uma espécie de predestinação, como se, desde sempre, aquele individuo nos estivesse prometido ou destinado. Dir-se- á que se trata de uma repetição, de uma redescoberta, que a longa preparação imaginativa do amor elaborou pacientemente a partir de determinado modelo ou substituto edipiano – que se trata de uma imagem, de um protótipo inconsciente do objeto, a descobrir, a seduzir, e pelo qual se será descoberto, seduzido?”
Christian David
O AMOR A PRIMEIRA VISTA
“O amor à primeira vista, irresistível vaga pulsional, transporta o individuo para fora de si mesmo, provoca o êxtase, um orgasmo mental, de certo modo. Irrupção angustiosa, em certa medida, sem duvida, desdobramento de exaltação, criador de prazer e de alegria, por outro lado, sem dúvida também. Impressão de se ser levado por qualquer coisa de mais poderoso que nós e que nos ultrapassa. Ao mesmo tempo o sentimento de uma coincidência inesperada, de um... encontro milagroso entre o real e o imaginário. Impressão, finalmente, de uma espécie de predestinação, como se, desde sempre, aquele individuo nos estivesse prometido ou destinado. Dir-se- á que se trata de uma repetição, de uma redescoberta, que a longa preparação imaginativa do amor elaborou pacientemente a partir de determinado modelo ou substituto edipiano – que se trata de uma imagem, de um protótipo inconsciente do objeto, a descobrir, a seduzir, e pelo qual se será descoberto, seduzido?”
Christian David
O estado amoroso, ensaios psicanalíticos 1971
Publicada por cristina simões
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