O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, junho 28, 2018

QUANDO A MULHER DESABA...




O QUE MUITAS  MULHERES NÃO QUEREM VER …

REPUBLICANDO

"...Então um dia a mulher acorda do seu cansaço, da sua tristeza ou amargura, da sua raiva ou da sua nostalgia, ou pela idade ou por uma doença fatal e súbita ou pelo desgosto da perda…da desesperança de obter aquilo que uma vida inteira não obteve: o reconhecimento do seu valor, da sua força, da sua coragem, da sua entrega, do seu sacrifício…e desaba…

Sim, ela cansou-se de tal modo que teve um esgotamento, uma grave depressão…e acordou, sim, finalmente percebeu que está vazia dela mesma...que há um enorme buraco no seu coração, uma enorme ferida de rejeição de si...e começa a buscar os seus pedaços, os seus fragmentos e assim, já quando tudo parece perdido, ela ergue-se como a Fénix…e começa a renascer das cinzas de si mesma...porque ela morreu…e vê que se deu sem se dar, que se abriu sem se abrir, que amou sem se amar…e que o seu coração sempre esteve partido em dois…em esforço e sacrifico, à família, aos filhos e a tudo o que exigiam dela…o marido ou o companheiro que a tolhia e lhe dizia: “tu não és esta ou tu és aquela” e que sempre a acusou de não fazer nada…de ser uma inútil ou uma incompetente, uma isto e uma aquilo, afinal…pois a mulher sempre foi o bode expiatório do homem…sempre foi e fez o que o homem quis…e porque hoje começa a enxergar um pouco mais e a não fazer tudo o que o homem quer…ela volta a ser perseguida e queimada nas novas fogueiras que não são da Inquisição, mas de um publico e de uma sociedade ávida de explorar a desgraça alheia e a miséria humana, através das vizinhas, alcoviteiras, revistas, televisão e cinema…

Esta é a história de mães e filhas, de avós e tias…de irmãs talvez…histórias que se repetem e se repercutem ainda em todas as telenovelas e filmes…e que afinal na realidade são mesmo assim ainda…"

Rosa Leonor Pedro

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