O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, abril 13, 2020

2ª EDIÇÃO DO LIVRO




AS FILHAS DO PAI E OS FILHOS DA MÃE...

"Nós, mulheres que alcançamos sucesso no mundo, somos, via de regra, “filhas do pai”, ou seja, somos bem adaptadas a uma sociedade de orientação masculina, e acabamos por repudiar nossos instintos e energias mais integralmente femininas, rebaixando-as e deformando-as da mesma forma que a nossa sociedade o fez. Precisamos retornar a esse mundo e redimir o que o patriarcado frequentemente considera apenas como uma ameaça perigosa, chamando...-a de mãe terrível, dragão ou bruxa." **

A perda de identidade ou o desvio da verdadeira natureza da mulher e a sua divisão ou fragmentação em “santa” (virgem mãe) ou a prostituta (Maria Madalena), pela Igreja e por exclusão do Feminino Sagrado, e da Deusa Mãe,  fez da mulher um mero objecto ou instrumento ao serviço exclusivo da família e da sociedade, sem autonomia pessoal nem consciência individual, uma vez que continua a obedecer e a servir-se de conceitos sobre ela estipulados há muito pelo poder patriarcal. Mesmo na política e sobretudo na política e de esquerda também, é clara e notória a não identificação da mulher com a sua natureza profunda ontológica, e a recusa da sua sensibilidade caracterizada por uma inteligência mais emocional e intuitiva do que lógica e racional, ao contrário justamente do homem.

Os problemas das mulheres de hoje são olhados e debatidos como apenas da ordem de trabalho, de procriação e de sexualidade, entre a despenalização do aborto a paridade ou as creches ou as reformas sociais para a mulher (a mãe ou a puta?) sem qualquer consciência dos problemas de base que as aflige, enquanto seres humanos que sentem e pensam independentemente das suas funções, tal como um homem é olhado, e considerado Homem, para lá da sua sexualidade e da sua função de procriadora/o ou como utente/vítima da prostituição e as suas sequelas. -

in Lilith a Mulher Primordial
rosaleonorpedro

A AGRESSÃO VERBAL E MEDIÁTICA ÀS MULHERES OU O SEU DESPREZO

“O medo das mulheres, ou ginofobia, é um mal bem conhecido que remonta de muito longe na história da criação. Deus, diz-se, criou o homem à sua imagem. Mas seguramente não a mulher. Senão, ele não seria obrigado a renovar tantas vezes essa tentativa, criando tantos modelos de mulheres aberrantes, a acreditarmos nos múltiplos contos, lendas, mitos, midrashim e h...aggadah que, entre outros, nos transmitiram os Hebreus.” *

O que explica ainda nos nossos dias a maior parte das aberrações sexuais do homem, assim como a sua misoginia, ou mesmo a violência doméstico baseada no flagrante exemplo das religiões que retiraram à Mulher toda a sua dimensão ontológica, como no caso da igreja católica, que retirou o poder a Maria Madalena, como discípula e amante, para a transformar em “pecadora” substituindo-a unicamente pela Mãe virgem da Deusa imaculada.

Daí termos uma humanidade infantilizada e uma mulher amputada de metade de si própria! Daí a agressão verbal contínua dos fanáticos e fundamentalistas a qualquer expressão diferente da liberdade da mulher na afirmação do seu ser original até às mais leves e jocosas anedotas sobre as mulheres no mundo virtual!

É o medo das mulheres e do seu potencial reprimido que mesmo assim os assusta e faz atacar e destruir as mulheres por actos de violência gratuita ou pelo domínio económico, carros, jóias, etc. no caso dos mais ricos e moderados. Os mais pobres, limitam-se a bater nas mulheres ou a usar as prostitutas...a quem podem fazer tudo e pagar...ou não, porque afinal a mulher moderna já nem precisa de ser paga.... é simplesmente usada...

rlp
** "CAMINHO PARA A INICIAÇÃO FEMININA"- SYLVIA B. PERERA

*In LA DÉESSE SAUVAGE de Joelle de Gavelaine

Sem comentários: