O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, abril 15, 2020

UM ESCURIDÃO ANUNCIADA


Umas horas sem internet

O que seria se houvesse um apagão geral e toda a gente ficasse as escuras - agora confinadas em casa - e ficássem sem Luz, sem Internet, televisão e telefone e telemóvel?

Será que iriamos perceber que a nossa vida, a vida fictícia que construímos se reduz a écrans?
Mas vejamos a nossa realidade de antes do apagão económico e social - ainda ficámos com os écrans todos e agora mais intensamente usados ou exclusivamente usados para comunicar …

Se pensarmos bem afinal a nossa vida já só se resumia praticamente a estes écrans...não sejamos hipócritas. A nossa vida já era só virtual antes da Pandemia e do Vírus...que levou à paralisia da sociedade e a prisão domiciliária das pessoas, de que agora nos queixamos.
Ora  vamos lá analisar os factos…
Ninguém quase, novos e velhos, homens e mulheres, já falavam uns com os outros, fosse onde fosse, em família ao jantar nos cafés, no emprego e nos restaurantes e nos bares...nas ruas nos jardins...tudo separado com o seu aparelhinho nas mãos ou nos ouvidos, com auscultadores e incomunicáveis para o exterior...Todas as relações foram preteridas pelos aparelhos-chips como tentáculos magnéticos presos as mãos...Sim, na praia, no campo, dentro e fora de casa...sempre, noite e dia, na cama ou a ceia… ao despertar…
Andamos assim há décadas...
Tudo se resumia ao telemóvel ou ao Tablet, ao Computador e a Televisão ...mesmo entre os namorados...os amigos, as conversas eram interrompidas porque toca o telemóvel e há um email e uma noticia e um amigo outro, distante, não aquele ali ao lado é que era importante etc.  e assim nos fomos afastando da natureza, da vida real e da nossa humanidade, completamente anestesiados, a curto prazo  electrocutados… ligados a Net...como robots, mortos vivos…

Então veio a Pandemia...e agora efectivamente as pessoas fogem umas das outras fisicamente com medo do contágio...Não se tocam, não se abraçam, não há afectos visíveis, pois o medo faz-nos recuar e fugir do filho, da mulher, do avô e da neta  ou da melhor amiga…
Mas pensemos um pouco mais… Não era já isto sem pretextos o que estava a acontecer na realidade, e sem se pensar, mas na prática não era essa a realidade, em que já estávamos todos separados e longe uns dos outros, no Natal e na Quaresma?
E agora?
Chegados aqui podemos ver como tudo isto aconteceu em consequência dos nossas escolhas todo o tempo...ah temos tempo para falar depois não é verdade? Mas agora o medo de morrer paralisa tudo...o que fazes? Tremes a agarraste-te a quê ao tablet e ao telemóvel?

Estaremos até não sabemos quando fechados em casa mas ainda nos restam esses aparelhos todos… e a sua velocidade vai aumentar…

Na verdade estamos a viver apenas o fruto dos nossos actos…pelo abandono e destruição da natureza, da terra e do mar, das árvores abatidas, das plantas, dos  insectos mortos e dos animais que comemos, indiferença a tudo e apenas o consumo e as marcas e o dinheiro importava… e agora, depois quando tudo voltar ao normal, vais comprar o telemóvel de gama, o mais avançado ligado o G5 -  uma promessa  sádica e monstruosa que  diz "HUMANIZA-TE!", para nos electrocutar a todos  e de vez e assim vamos sofrer as consequências dessas escolhas cegas e destruir o que resta desta humanidade.
Durante décadas criamos esta realidade e ela surpreendeu-nos agora com um vírus mortal, o vírus da nossa estupidez e ignorância em que nos fechamos a verdade e ao mal que fazíamos no nossos dia a dia, insensíveis à  destruição do planeta , e nos fechamos ao amor a empatia e  a compaixão pelo sofrimento alheio.
Não, não sei no que vai tudo isto vai acabar, nem faço vaticínios - pois entre as fantasias de novos mundos e o terror de um mundo totalmente dominada pela Patriz de controlo e da cabala sinistra de poderosos manipuladores movidos pelo poder da escuridão, não sei qual é melhor saída… se não houver uma verdadeira CONSCIÊNCIA individual, cósmica e telúrica e de verdadeira paz e harmonia interior, algo real e não idealizado.

rlp 

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