O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, maio 13, 2020

13 de maio - evocação da Mãe num mundo sem mãe!

 
 
MATTERTUM: 
A EVOCAÇÃO DA MÃE NOSSA, O UTERO E NOSSA CASA...
"Recuperar a mãe verdadeira pressupõe então recuperar o coletivo de mulheres e a sua função coletiva dentro dum determinado grupo social. A recuperação da mãe não é uma recuperação individual (embora tenha uma dimensão individual e corporal), mas a recuperação do feminino coletivo, de todas nós. Segundo Malinowski, as mulheres trobriandesas dum clã (in The Sexual Life of Savages in the Western Melanesia) tinham um nome coletivo, “tábula”, a “tábula” é que se ocupava do parto das mulheres do clã.

Em castelhano há uma acepção do nome "mãe" que é um vestígio dessa mãe ancestral, que se encontra na expressão "salirse de madre", "sair da mãe", que seria sair do Muttertum, que nos faz amadurecer e nos torna consistentes. Há também uma acepção em que a palavra significa "fonte originária de algo" ("a mãe do vinagre", por exemplo), ou como a raiz de algo, quando dizemos que encontrámos a "mãe do cordeiro". Se um rio sai da "madre", tudo se inunda e é o desastre. Pois assim anda a humanidade, "fora da mãe", em permanente estado de esquizofrenia e cada vez com mais ataques de violência..."

Cacilda Rodrigañez Bustos

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