Busco tudo quanto ficou para lá da História, da Geologia e da Mitologia ditas "oficiais". Desde os textos gnósticos de Nag Hammadi à recente descoberta de uma Civilização Mãe, há toda uma estrada a percorrer. Falar desta civilização chega a ser mais temerário que falar da Atlântida e de Lemúria, é suicídio profissional para qualquer arqueólogo, no entanto eu garanto que muitos arqueólogos desejam este suicídio.
A minha investigação incide na Pré e Proto-História, e não é por acaso que decidi escavar tão fundo. Quero entender o tempo antes de Cronos, quero saber quem somos, que Lua é aquela que nos espreita à noite, que Sol é este que outrora, nos tempos do matriarcado, se vestia de mulher. Reuni muita informação ao longo dos anos e continuo a reunir. A Lua estará ali desde o início da formação da Terra? Tenho mais perguntas do que respostas, o que é bom, porque isto incentiva-me a continuar a caminhar.
Sem Lua não há marés, sem marés não há ventos. Sem Lua não há movimento, não há acção. A Lua cria movimentos na terra, o Sol apenas a sustenta e nutre... e há momentos em que quase chego à resposta. Fico com um sentimento de que fomos roubados em algum momento da nossa falsa História. A História é uma «fake new», uma fake old new. E tudo começou há pelo menos 6000 anos. Mas foi a partir de 3000 a.C. que a situação se agravou, após uma derradeira tentativa de reposição do matriarcado através da Deusa-Mãe dos Olhos Solares, a misteriosa divindade calcolítica das placas de xisto. O patriarcado dominou o mundo desde então, e de muitas formas, inclusivamente através das mulheres. O vírus infiltrou-se progressivamente nas nossas consciências ao ponto de gerar amnésia colectiva. Não sabemos mais quem somos, esquecemos a divindade que nos habita, esquecemos que fomos nós os deuses do princípio, esquecemos tudo quando o Grande Impostor nos subjugou, nos roubou a Lua e se mascarou de Sol. E agora o patriarcado, destruidor do conhecimento, rejeita a existência de uma Civilização Mãe que remontará ao Magdalenense, a uma das últimas fases do Paleolítico Superior, e tenta desacreditar os poucos arqueólogos que a investigam.
Antigamente, na Índia, o Sol era feminino e a lua masculina, por isso ainda hoje as noivas se vestem de vermelho e dourado e os noivos de branco... A Índia parece ter mantido, de alguma forma, essa memória dos tempos indo-europeus em que o Sol era a deusa Sehul e a Lua o deus Mehnot. Os mitos encerram a memória que nos foi amputada. São códigos deixados por nós em épocas remotas para que um dia nos lembrássemos do que nos aconteceu e assim nos libertássemos. A nossa visão oficial da História começa quando as populações se deslocaram de Este para Oeste, mas ignora uma migração maior, anterior, talvez atlante, de Oeste para Este. E foi aqui que começou a minha investigação.
Vinda dos confins do tempo, Lilith guarda segredos que quer transmitir-nos. Oculta, maldita, velada, Ela encontrou meios de seguir viagem connosco, e um deles foi através da Astrologia.
"Em trânsito, a Lua Negra indica-nos alguma forma de castração ou frustração, frequentemente nos assuntos relacionados ao desejo; uma incapacidade da psique; ou uma inibição em geral" (Joëlle de Gravelaine in «Lilith und das Loslassen»).
Sim, Ela tenta recordar-nos tudo o que em nós foi amputado, castrado, inibido, escondido, anestesiado, amnesiado! Perseguida pela Igreja, pelo patriarcado, Ela só pode ser o caminho serpenteante de regresso à nossa essência, à essência que o Pai não quer que descubramos, porque no dia em que nos lembrar-nos de quem realmente somos, o seu poder falocrata e tecnocrata cairá por terra sob os nossos pés. E nesse dia veremos quem pisa a cabeça de quem. O lagarto será novamente deposto pela Serpente Verdadeira.
Constança
Sem comentários:
Enviar um comentário