O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, abril 27, 2021

O poder está dentro de nós.



UM TEXTO LUCIDO...

"Lutámos para que as mulheres tenham direitos, no entanto não paramos para pensar que o sistema legal foi feito para manter o patriarcalismo intacto, já que as leis são feitas por homens. (Apesar de eu não votar, acredito que aqui se justifique a intenção de colocar mais mulheres na política. Aliás, numa pequenina nota de rodapé, Sonia diz que “se o voto mudasse alguma coisa, ele seria ilegal”.)
Johnson diz que o sistema tirânico que existe, de dominação das mulheres por parte dos homens, é um acordo, e que ambas as partes seguem-no “com dedicação”. Sendo assim, só conseguiremos ser livres no momento em que nós mesmas nos libertarmos.
A solução, segundo a autora, é: precisamos nos comportar como se o patriarcado não mais existisse agora, pois um dos crimes mais cruéis deste foi nos ensinar a projetar nossos pensamentos no futuro, em algo que ainda não existe. O futuro só será como queremos se agirmos como queremos que ele seja AGORA.
Uma das questões discutidas no livro, para a qual eu nunca havia tido uma resposta até agora, é o fato de algumas mulheres apanharem dos maridos e ainda assim não os abandonarem. Sei que há uma questão financeira atrás desse fato, na maioria das vezes, mas nunca entendi bem a questão psicológica, que semprei achei que existia. Ela explica que esse homem isola a mulher, para que ela só possa perceber a perspectiva dele e, quando ela sofre, mesmo que esse mesmo homem bata nela, como ela não tem nenhum outro de relacionamento para apoiá-la, como vítima, ela se agarra ao aspecto apoiador e positivo do marido.
Um outro mito interessante que a autora tenta desfazer é o da igualdade. Lutamos tanto por ela, mas toda igualdade requer comparação primeiro, e a comparação significa colocar-se diante de padrões externos, feitos por outras pessoas. Na opinião da autora, o conceito de igualdade é profundamente patriarcal e só é possível para mentes “dualísticas”.
Todos reconhecem que a mulher, atualmente, desempenha diversas tarefas, como a de mãe, profissional e amante. Esquecemo-nos, porém, que esse auto-sacrifício nos foi também imposto pelo patriarcado. Matar-se de trabalhar para ganhar dinheiro ou se matar para cuidar dos outros não são atos tão inocentes assim. A falta de tempo de que todos andamos reclamando tanto tem seu motivo, mesmo que oculto, de ser: manter todos aprisionados ao sistema patriarcal.
Precisamos parar de nos comportar como homens e aceitar que somos diferentes. Precisamos deixar de lado a culpa que o patriarcado colocou por sobre as mães. Precisamos começar a ouvir nossas próprias vozes novamente. O poder está dentro de nós. Só nós mesmas podemos mudar o mundo. Se não começarmos a nos levar a sério, ninguém o fará." 
Texto de Danielle Sales


O QUE FALTA A MULHER PARA SER?

A Mulher que quiser ser Mulher inteira tem de definitivamente resgatar o seu ser de dentro dela própria, tem de se recuperar inteiramente de um velho trauma que é a sua divisão interna, e para isso tem que recuperar a sua identidade profunda, ir ao mais fundo de si e da sua psique.
As mulheres, sejam elas jovens maduras ou velhas, sejam elas homossexuais bissexuais ou heterossexuais…serão sempre Mulheres se forem fiéis à sua natureza profunda, onde são apenas Mulheres, se acordarem em si esse potencial interior; porque dentro da mulher há um manancial enorme de amor, uma fonte…
Para se encontrarem, bastaria que as mulheres fossem fiéis a si próprias e aos movimentos da vida dentro do seu ser a fim de descobrir esse Amor centrado em si; nessa altura a mulher autónoma saberia ver o seu real valor, o seu valor intrínseco e assim também reconheceria o da mulher em geral, de qualquer mulher, sem precisar de depender de ninguém em especial nem do sexo, nem de remédios, para se sentir mulher e viva e plena! E isso pode acontecer a todas as mulheres que se busquem e encontrem dentro de si nas raízes mais fundas do seu SER, no sentido mais puro da vida, que reside no seu âmago e não fora, no outro, seja o amante seja o filho. Então e só então elas verão por si mesmas como foram anuladas da sua identidade e como sofreram toda a vida sujeitas à milenar exploração do ser humano por outro e sobretudo do Ser mulher pelo homem nesta sociedade que até aqui apenas a usa, explora, subestima, despreza e maltrata.
Finalmente a mulher só terá um sentido definitivo a partir de si mesma quando se consciencializar de que o Sistema (social politico e económico) está e sempre esteve contra ela e que nada lhe lhe adianta lutar por um lugar nesta sociedade.  
rlp
(Excerto do Lilith a Mulher Primordial)


1 comentário:

Vânia disse...

E resume se a isto... Bom dia, beijinhos e abraços VJones