Citando Dostoievski
"(...)
O princípio em que insisto é de que a natureza divide os homens em duas classes: a inferior, ou dos vulgares (...) indivíduos ordinários ou ainda o rebanho cuja única função é reproduzir entre semelhantes a eles...e a superior, constituída pelos homens que possuem o dom e a inteligência para fazerem ouvir no seu meio uma palavra nova. (...) A primeira categoria, quer dizer, o rebanho, compreende, na sua generalidade, os conservadores, os homens da ordem que vivem na obediência e se sentem nela satisfeitos. (...) A segunda categoria é constituída pelos infractores da lei (...) Quase sempre, e segundo os métodos mais diversos, exigem a destruição do presente em nome de algo melhor. (...)"
Dostoievski, "Crime e Castigo", 1866.
(Salvaguardando o determinismo científico dominante neste final de século, Raskolnikoff, o atormentado pela culpa, o acossado pela angústia entre a fé e a razão, coloca o dedo na ferida.
Estava-se à beira da mudança. Dostoievski já não chegou a vê-la. Mas as sementes tinham sido lançadas 18 anos antes.)
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