O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, março 19, 2009

O SOPRO DA VIDA



A última “fala” de Kahlil Gibran em “O Profeta”:


“…Aquilo que verdadeiramente sois habita para lá das montanhas e vagueia com o vento.
Não é uma coisa que se arrasta pelo solo em busca de calor ou que, nas trevas, se enfia em cavernas em busca de segurança,
Mas uma coisa livre; uma alma que engloba a Terra e se move no ar.

Aquilo que entre vós parece o mais débil e o mais desconcertado é, na verdade, o mais forte e o mais determinado.
Não é o vosso sopro que forma e consolida a estrutura dos vossos ossos?
E não foi o sonho de que nenhum de vós se recorda de ter sonhado que edificou a vossa cidade e modelou tudo quanto nela se encontra?
Se tão-somente pudésseis ver as marés desse sopro, deixaríeis de ver tudo o resto;
E se pudésseis ouvir o murmúrio deste sonho, não escutaríeis nenhum outro som.
Mas não vedes nem ouvis, e é bom que assim seja.
O véu que obscurece os vossos olhos, pelas mãos que o teceram será arrancado.
E a argila que obstrui os vossos ouvidos, pelos dedos que a endureceram será despedaçada.
E é então que vereis.

E abençoareis as trevas como abençoaríeis a luz.

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