O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, março 11, 2009

O DESPERTAR O EU...


“…o Eu existe apenas num estado de potencialidade latente – ao longo da maior parte da nossa vida, ele permanece adormecido dentro de nós e tem de ser devidamente despertado a fim de se tornar o factor orientador das nossas vidas. Este despertar do Eu é como um nascimento – em termos míticos, o nascimento da criança divina.
(…)
Nenhum de nós pode ter experimentado o nascimento do Eu sem se ter confrontado, intrépida e honestamente, com a Sombra e, em última instância sem a ter abraçado como parte de si próprio. A Mãe da Discórdia está sempre à nossa espera, segurando o espelho da nossa natureza mais sombria e revelando-nos uma velha irada manchada de sangue e com presas.
Só depois de a termos olhado no rosto, de nos termos visto nos seus olhos (e através deles), e de a termos reconhecido como parte da nossa totalidade é que podemos avançar para as águas mais profundas da Fonte da Memória. A Mãe da discórdia obriga-nos a trabalhar em silêncio espiritual que não é mais que uma morte e um renascimento. Não admira, portanto, que a Deusa das Trevas, em todas as culturas, seja a que procede à nossa iniciação matando as nossas ilusões."

In A RODA DA LUA de Marguerite Elsbeth & Kenneth Johnson

1 comentário:

Marisa Borges disse...

Bom dia,

cheguei a este esapço sem saber muito bem como, mas estou grata.
Adorei a forma como escreve e sobre um tema tão profundo como a mulher.
Este texto entrou em mim e expandiu-me. Não conhecia o livro, grata pela partilha!

Shin Tau