ÁFRICA: A DEMAGOGIA ALUCINATÓRIA DOS SEUS POLÍTICOS CORRUPTOS, ASSOCIADA AOS DOGMAS DA IGREJA CATÓLICA E O SEU ABSOLETO CONSERVADORISMO, PODE MORRER MAIS DEPRESSA AGORA…
“David faz recurso à magia do palco. Os políticos são actores. Os líderes de todas as coisas são actores. A vida é um enorme palco e cada homem um actor, um espectador. Um bom discurso de palco é a solução de todas as coisas porque os operários têm fome de pão, mas também de palavras doces. Masca a raiz mágica que torna a voz limpa, audível e convincente:
Liberta a voz mágica, hipnotizante, emocionante. Fala. Promete melhorar as condições de trabalho. Aumento de salário. Segurança social, assistência médica e um sem-número de regalias.
(...)
Faz promessas. Cada palavra é uma gota de água sobre o fogo. Os operários, embriagados pela beleza do discurso, abanam as cabeças e aplaudem. Não há coração que resista ao discurso de mel.Palavras. Palavras mortas preenchendo vazios, preenchendo espaços. Palavras doces, elogios. Palavras frias, de hipocrisia. David diz palavras reconfortantes. Os profetas disseram apenas palavras ao longo das suas vidas e imortalizaram-se.”
(...)
“A ilusão de um amanhã melhor há muito murchou (...).
Por todo o lado impera a força das armas e a pirataria das armas. Evaporou-se a água que refresca os destinos da humanidade, tudo é fogo.
(...)
“Há cada dia menos escolas, menos emprego, menos chuva, mais sol, mais armas. Há mais mortos do que vivos, mas ainda não é chegado o fim do mundo, a vida triunfará para a glória do vencedor. O campeão desta guerra construirá o majestoso palácio imperial com ossadas humanas que andam às toneladas nas matas.”
(...)
In O SÉTIMO JURAMENTO
De Paulina Chiziane
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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