O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, março 28, 2009

a mediocridade de si...


Quando em êxtase vamos ao céu trazemos na volta uma luz em nós. E ao voltarmos essa luz brilha em nós para os outros e para nós mesmos. A luz excessiva do êxtase só nos permite sentir o júbilo infinito, mas a luz amena que trouxemos brilha nas trevas de nós mesmos. E aí percebemos em nós aquilo que antes do êxtase não conseguíamos perceber, ver.

Inveja

A iluminação na escuridão.
Inveja é o motor da ação.
Inveja é a mola propulsora do cidadão.
Inveja é a reação
que o outro nos provoca quando secretamente desejamos aquilo que ele tem ou é.
Admiramos negativamente o outro, vemos no outro uma qualidade ambicionada e nossos olhos brilham em escurão.
Inveja seca-pimenteira, inveja magia negra, inveja cegueira do bem que há em nós;
Inveja, não quer ver o bem em nós e ambiciona-o no outro por comparação.
Inveja, único defeito que não possui um círculo próprio no inferno de Dante, porque alinhava todos eles.
(...)

E horrorizados vemos aquilo que não consegue olhar com alegria pelo bem que o outro é.

E vemos que nos fizemos tal como somos pela própria inveja não admitida.

Porque admiti-la destrói o nosso ser no mundo, por isso está escondida de ti por trás da ira, da crítica , do sacrifício ou da falsa rebeldia, com seus rebentos disformes da reclamação e da fofoca e do despacho de língua ferina.


Inveja. Veja in, olhe dentro, expurgue-a pelo olhar compreensivo, na figa da auto-observação, pois cada qual possui um dom divino para benefício de todos.

Oh, auto-estima minada!
Ó mediocridade de si!
Ó maldita e mal-olhada, escondes em ti teu próprio bem.

Se isso compreenderes terás a chave de teu próprio sucesso.
Se isso compreenderes terás a chave de teu próprio sucesso.
Se isso compreenderes terás a chave de teu próprio sucesso.

Compreenderás a ilusão quando veres que a vítima e o algoz são um só.
Assim como o olho e o olhar.

F.A.

2 comentários:

Marian - Lisboa - Portugal disse...

"A inveja é admiração sem esperança". Søren Kierkegaard

Anónimo disse...

... tal como no desejo...

rl