O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, julho 13, 2004

aleksandra nowak


O INSTINTO E A RAZÃO:
COMO A "MULHER SE OPÕE FATALMENTE AO HOMEM"...


“(...) O instinto que nós apelidamos de sexual, sensual e erótico, ler “baixos instintos”, não é senão a procura de um estado de beatitude interna a que alguns chamam felicidade. Esta felicidade é a finalidade em que nos fixamos. Como a não conseguimos atingir a acção acaba num efeito no resultado que é o prazer e não um fim em si nem um meio mas o acabar num acto incompleto ou num acto pelo qual todas as causas para o seu sucesso não estavam à partida reunidas. O prazer é de algum modo a forma imperfeita do que nós julgamos ser a felicidade, mas no mundo relativo que é o nosso será possível atingir essa felicidade?
Somos obrigados com isto a chegar a um outra constatação: o prazer é o que resta ao homem (ser humano?) de mais desejável quando ele quer satisfazer o seu instinto.

É este instinto que a “civilização” nos fez esquecer e que os diferentes sistemas de educação colocam deliberadamente sob repressão em detrimento da natureza humana e evidentemente simbolizado nas sociedades paternalistas pela Mulher. Se o instinto é oposto à produção, a Mulher que é Instinto, que é Sensibilidade, que é Intuição, opõe-se fatalmente ao Homem que é Razão, que é Lógica, que é o Construtor, que é o Produtor, que é Organizador. E depois, os antigos terrores face à Mulher ficam bem presentes: a Mulher é também o Amor, e o amor culpado.

JEAN MARKALE in femme celte
(repubicando)

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