O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, junho 09, 2008

Ave Maria e a Pedra Filosofal...

Infelizmente é assim!! Os anos não perdoam à carne. No fundo há uma incoerência em tudo, algo inexplicável nesta condição da vida, que além de curta é fatalmente cobradora. Aqui ouvindo, “Ave Maria” cantada na voz Barbara Bonney - http://www.youtube.com/watch?v=aQVz6vuNq7s -, me pergunto porque terá a Nossa Senhora de ter a face nova, sem ruga?

Todas as deusas praticamente expostas nos altares são belezas imaculadas, onde a ruga nunca conheceu a morada!! Porque ao contrário, já se viu estátuas de santos com rugas, figuras que é passível de diagnosticar a olho claro o semblante velho! Mas uma santa, nunca vi!! Nossa Senhora é a eterna figura de rosto franzino e ausente de rugosas peles e pregas!! Nem o queixo caído tem!! Pergunto-me, desde há alguns tempos, porque tem o rosto assim tão novo?? De alguma forma considero isto perigoso, porque, como sabe, as projecções são fatais. Afinal a eterna juventude não existe, e se a pedra filosofal, segundo alguns dizem contem o exilir da juventude, considero isto, um equívoco tremendo. A Pedra Filosofal, só pode ser adquirida após “vida-morte-vida”, e em vida só alguns, raríssimos e raríssimos podem beber dessa panaceia e supostamente não podem falar dela. Concerteza que no além, as coisas são de uma natureza completamente oposta a esta dimensão sensorial carnal. Afinal a dimensão da eterna juventude está dentro, dentro nas profundezas do nosso cosmo espiritual e onde devemos lembrar que a inocência para a razão da vida é o ponto crucial que vence a suposta velhice física!! Sei que é uma tarefa difícil de assimilar isto, porque os espelhos existem para lembrar que somos passageiros fisicamente e que a corrente do tempo, de Cronos com sua foice jamais deixa que percamos a noção que somos perenes em corpo mas eternos nessa coisa que pensa e sente dentro de nós!! Os cabelos brancos que vão inundando a cabeça vão lembrando cada vez mais a realidade do corpo que vai adormecendo dia após dia, amadurecer para morrer…

Cada dia vamos despindo as peles, e como serpentes que somos, também mudamos, neste caso para o despir do corpo. O próprio corpo nunca lamenta a sua velhice, é a nossa “cuca” que faz o papão! O corpo segue a ordem natural instituída pelo Universo, mas se quisermos manter a juventude, temos de alimentar o espírito, não perdendo a inocência e infantilidade interna, porque é essa que nos ajuda o espelho do corpo. Envelhecer com dignidade e se a força da inocência habita o interior, esta quebrará o próprio feitiço do corpo!!!

Leitora de M&D

2 comentários:

Sirius disse...

Concordo integralmente!!!!

Anónimo disse...

Sobre velhice; cabelos brancos e rugas, veja o caso da minha família: tenho 29 anos e mais pareço ter 18; a minha mãe 53 e parece ter 20 e poucos; a minha meia-irmã vai fazer 40 para o ano e mais parece ter 20, mesmo tendo tido duas filhas! E eu pergunto: o que faz com que as pessoas neste mundo à nossa volta sigam o ciclo natural e nós não?? Nós não fazemos exercício físico, não fazemos operações plásticas; a minha mãe nem se preocupa com a saúde; por acaso a minha meia-irmã fez ballet durante muitos anos. Será por sermos optimistas? Será que é por as coisas más, como perda de pessoas, não nos afectarem assim tanto? A minha mãe está separada do meu pai. Eu nunca namorei na minha vida. Sempre tive dificuldade em encontrar alguém, como se fosse uma longa história de várias vidas...Somos uma família moderna: a minha mãe não crê em nada; crê na profissão dela e no racionalismo. Eu já sou diferente. Creio que há mais coisas para além disto que vemos à nossa frente e sobretudo acredito na imortalidade!! Acredito que a imortalidade não é algo além-túmulo como muitos católicos acreditam, mas sim algo que deve ser concretizado cá na Terra, com o amanhecer de uma nova era mais mística que aí vem, em que coisas fundamentais como a eterna juventude; a beleza; o mistério; o romantismo; a adoração da Lua; a recordação do nosso passado pessoal e a revelação de tudo o que está oculto vai ter lugar cá na Terra e sobretudo nesta região enorme que é a Ibéria! Sou optimista nesse sentido, apesar de ser pessimista a curto prazo!...Acredito que as pessoas que envelhecem e não se revoltam são o oposto da Diana guerreira e donzela muito querida nos círculos Wicca. A Diana que influenciou as feministas que não aceitam a submissão ao patriarcado e que é sempre bela e rebelde! O envelhecimento é já de si uma prova do contacto da Mulher com o Homem que a faz diminuir e entrar na tal decadencia. Deixem a mulher ser sempre criança! Deixem-na saltar; rir e correr pelos campos! Porque não? Quem mais contribui para que a mulher envelheça é esta sociedade injusta, com os seus dogmas; estereotipos; regras que a limitam! Lembram-se dos tempos de Lilith em que a mulher vivia milhares de anos, sem se submeter a um Deus todo Poderoso e a um Homem que encarnava esse Deus autoritário. Foi a partir do encontro dos dois, que tudo se começou a degenerar...
Um abraço

André Louro

Junho 11, 2008