O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, junho 16, 2008

CÍRCULO MÁGICO


-" A assunção desta mulher detentora dos próprios princípios formula um rompimento com os propósitos mercantilizadores da sociedade atual. Ao assumir essa busca associo dois tipos de postura explícitas que são, por um lado desmotivantes: o medo do masculino dessa nova postura feminina (que não me parece nova, apenas natural) porque não sabem o que fazer com uma mulher que eles não foram criados e orientados a conhecer e, num segundo plano, o reconhecimento feminino de seu lugar único e intransferível o que nos conduz ao sentimento de solicitude, um estado de presença-ausência do mundo e, principalmente, do convívio social comum, ordinário.

Questiono-me: a mulher, reunida a este estado feminino natural, é a mulher a permanecer pouco alcançável e pouco atingível? Como regular essa mulher que é colocada fora dos parâmetros do patriarcado convivendo socialmente?"


Esse estado feminino natural que para o ser terá de se conectar com o princípio do Feminino Sagrado encontrará aí um campo numinoso, um estado de fusão com o todo e com a Natureza Mãe que lhe trará a força interior e a consciência para superar essa solidão no convívio social patriarcal enquanto ele predominar. Só a força ancestral e intemporal da Deusa será como uma corrente que atravessará o coração de todas as mulheres que se iniciarem no Seu amor. Portanto essa dimensão do feminino natural só pode consumar-se num campo luminoso de energia manifestada da Deusa Mãe no sentido do sagrado ainda que passando pelo profano (Portal de iniciação) muito mais próximo do conceito pagão do termo do que do cristão evidentemente!

Dou-lhe um exemplo: estando eu a sentir-me profundamente isolada e desalentada por essa solidão vivida nesse lugar, que como você tão bem diz é “o reconhecimento feminino de seu lugar único e intransferível” e ainda bem consciente desse estado de: “presença-ausência do mundo e, principalmente, do convívio social comum, ordinário”, quando magicamente, no convívio inspirado e focado de um pequeno grupo de mulheres conscientes desse feminino sagrado se deu o milagre…como se a Deusa estivesse presente ou se tivesse manifestado, essa energia abrangente e sumamente doce da ternura da mulher-mãe, invadiu-nos a todas e podemos viver momentos extraordinários de interiorização e cura de velhas feridas de abandono e rejeição da mãe para vivermos o amor da Mulher-Deusa ou da Deusa em cada Mulher...

Estou-lhe a falar de um círculo mágico onde no Centro a Deusa dança em cada mulher, e o centro é sem dúvida o nosso coração. Quando o coração está cheio de amor não há solidão, mas solicitude e compaixão em relação à humanidade filha/o da Grande Deusa Mãe…
Portanto minha amiga, a resposta à sua pergunta é: no convívio são da mulher integrada, da mulher não cindida, unida no Amor da Deusa Mãe, as mulheres estarão protegidas em si mesmas porque dentro do útero sagrado que é a Terra inteira mesmo que aparentemente só caminhemos à superfície…

No fundo da mulher existem os laços e os elos que a ligam à terra, às plantas, às árvores, às flores, aos rios, ao mar, aos animais e a tudo o que é vivo e manifestação de beleza e força que abunda no Planeta e que os homens sem mãe ou as mulheres sem mãe, sem conhecer a verdadeira mulher destruíram por medo…e destroem ainda com ódio e violência contra as mulheres e uns contra os outros precisamente porque negaram a Mulher e a Mãe.
E porque, como você diz: “o medo do masculino dessa nova postura feminina (que não me parece nova, apenas natural) porque não sabem o que fazer com uma mulher que eles não foram criados e orientados a conhecer” voltou a surgir agora que a mulher se volta para as águas primordiais e acorda para a Nova Era como um ser integrado, senhora das suas águas, senhora do seu sangue, senhora de si mesma e já não precisa do macho provedor e castrador da sua essência que tanto o amedronta...
rlp

Republicando....

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