O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, junho 19, 2008

A lucidez que fere…


Devemos rezar ou escrever orações? Existir ou exprimirmo-nos? O que é certo é o princípio de expansão, imanente à nossa natureza, nos faz olhar os méritos de outrem como uma violação dos nossos, como uma provocação contínua.

Não há dinamismo que não seja sinal de miséria fisiológica ou devastação interior.

O orgulho emana da tensão e da sobrecarga da consciência, da impossibilidade da existência ingénua.

A capacidade de desistência constitui o único critério do progresso espiritual: é só quando as coisas nos deixam, é só quando as deixamos que acedemos à nossa nudez interior...

In História e Utopia
E.M. Cioran - O filósofo da lucidez que fere...

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