O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, abril 29, 2009

NEM COMO NEM ONDE..


Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem

"AS MULHERES ESQUECIDAS E AS MÃES...":

Sou suspeita para falar... e sou filha do pai confessa...
Só tenho filho homem, por isso não sei... se seria diferente...
Há boas mães de filhas mulheres, mesmo minhas irmãs tem opinião diferente da minha, receberam tratamento diferente também...mas quem sofre maus tratos na infância não esquece... e perdoar é muito difícil...

Mas a verdade é que nesse ponto da história temos de romper o ciclo vicioso e criar laços de amor entre as mães e as filhas...Entre as muitas mudanças que temos de levar a cabo, e é pena que aqui não haja mais mulheres mobilizadas nesse sentido, em trabalhar nessa conscientização feminina...

Sinto-me pronta a trabalhar... mas não sei o que fazer nem como nem onde...

(…)

- Esse é o ponto, minha amiga. Não há ainda onde nem como…

As mulheres não estão motivadas nem interessadas nelas próprias…são sempre os filhos e o marido ou o amante, a casa o emprego e o dinheiro ou a política, o que as motiva a fazer coisas…foram assim condicionadas mas elas não sabem, não se conhecem, não querem sequer ver-se ao espelho…quando muito perante o sofrimento querem curar-se ou tratar-se mas mais em função da família do que delas mesmas…
As mulheres negam-se a si mesmas e não querem encarar aquilo que lhes foi negado, nem questionar o que lhes ensinaram os padres e os professores, não querem enxergar a sua sombra, o seu medo, o seu outro lado, a mulher das profundidades, aquela que foi denegrida e apagada da história dos homens. Elas aceitam tacitamente a sua divisão interna, aceitam a sua submissão e a prostituição da outra mulher, não se questionam sequer quem são e porquê essa divisão…
Elas dedicam-se ao trabalho, à empresa, à política e ao voluntariado ou mesmo a terapias alternativas, sem alma nem coração, mas por carência e como forma de compensação para o seu vazio.
Por isso você não encontra onde nem como…como eu não encontro eco, nem simpatia por parte das mulheres activas e encarreiradas, jornalistas e emancipadas e sou eu que me torno uma pessoa esquisita no contexto geral mesmo no dos interesses alternativos… sou demasiado radical, incomodo as boas intenções dos seus chás terapeuticos, dos seus yogas e do seu santo positivismo...tudo muito doce e muito querido...
Sim, mesmo no campo do dito “feminino sagrado” as mulheres que supostamente se lhe dedicam não percebem bem do que estão a falar…para começar não se amam nem amam as mulheres e nota-se-lhes o espírito cristão ou antes católico e sempre o medo do pecado e da exclusão. São sempre politicamente correctas…Elas podem evocamr as tradições antigas, falar de mitos, de wiccas e deusas, mas elas querem ainda ser admitidas na sociedade patriarcal e ser bem vistas pelo homem, aceites pelo Pai…
Para encontrarmos o Sagrado Feminino em nós temos de voltar à nossa origem, ao útero, á mãe, ao amor da mãe e da filha, à Grande Deusa, devotarmo-nos a Gaia. Temos de ir ao fundo das cavernas e ao alto das montanhas...temos de descortinar o segredo mais antigo do nosso poder interior, o amor da Deusa..
Essa é a única iniciação que leva a mulher a amar-se e a amar a outra mulher e a Terra…é uma iniciação às profundezas do seu ser que une as duas mulheres dentro de si - um casamento secreto - e sem ele não há conhecimento de si nem experiência do Sagrado Feminino!
rlp

1 comentário:

Anónimo disse...

Rosa...li os dois textos e compreendo ,ja notei que nenhuma mulher conseguia dizer que amava a outra ou ao menos elogiala...nos jornais e nas revista vemos grandes mulheres trocando farpas falando mau uma da outra sem motivo aparente a não ser os mexericos e outras coisas...quando conversava com uma amiga ela dizia que eu era feminista...feminista eu
sera que so porque eu falava e defendia a mulher e sua espiritulidade e defendia o amor a Deusa Mãe ......só por isso eu sou feminista?NÃO!!! porque não acho que sera imitando os homens que a mulher podera se sentir mais plena,não será se casando com empresarios e homens de negocio que a mulher será respeitada...lembra se daquele texto que te enviei sobre a Deusa Athena.....sim uma suprema ironia eu avaver por anos a fio usado o nome de Athena....ainda sinto carinho por essa deusa porque foi a primeira que conheci,mas fico pensando será que não existe outra athena,uma mulher conectada com a natureza e com sigo mesma será que esta mulher é um ideal inacansavel...será que ainda vamos ser chamadas de bruxas....ou loucas!!!não sei mas acredito que defender o Feminino Sagrado e a Deusa seja ser femininsta.

Abraços Gaia Lil