O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, maio 13, 2018

O EGO MATA AS RELAÇÕES



COMO AS SUSCEPTIBILIDADES DESTROEM AS RELAÇÕES... 


"Sou uma mulher. E um calor quente me aquece quando o mundo me bate. É o calor das outras mulheres, daquelas que fizeram da vida este canto sensível, lutador, de pele macia e coração guerreiro." - Alejandra Pizarnik


UNIR OU SEPARAR?

Voltei a lembrar-me de uma "amiga" que conheci através do facebook e que mais tarde a adicionei a um Grupo de trabalho sobre o Feminino. Aconteceu que ao fim de uns meses acabei por me aperceber que a sua posição nada tinha a ver com o Foco do mesmo, demasiado intimista e que se debruça sobre os aspectos psíquicos ou anímicos da mulher, e que ela se focava apenas nos aspectos exteriores, sociais e políticos que afectavam a mulher no plano prático - escrevi-lhe então a dizer que a iria desvincular do grupo mas continuávamos amigas e em interacção no Facebook...Aliás partilho muito da sua posição na visão politica das coisas...

Resultado: bloqueou-me em meu nome pessoal e nem sequer me respondeu. Desapareceu do Mapa...
O Facebook é de facto uma rede nociva que aliena e ao mesmo tempo mostra a realidade humana, é um facto... o ódio e a raiva que veicula é instantânea - o ego está a flor da pele e as pessoas como não se veem, disparam o gatilho da sua violência e intolerância por tudo e por nada. 

Nesse acto de violência vi também e principalmente como as mulheres são susceptiveis e antagónicas entre si e como a menor coisa se agridem ou se excluem. Não contei com um possível sentimento de rejeição, é verdade...mas este é um dos trabalhos do grupo, para o qual estamos mais atentas e estamos conscientes até que ponto nos falta a auto-estima e o discernimento quando esse sentimento de rejeição nos cega...e em constante reactividade passamos ao ataque ou a defesa sem necessidade nenhuma à menor contrariedade.
Eu continuo a pensar na susceptibilidade e na raiva que as mulheres tem umas das outras e como à  menor coisa reagem  - como qualquer coisinha de nada as fere e coloca em pé guerra ou sentem uma afronta enorme  num simples gesto que nada significa senão uma clarificação de posições adultas ou maduras de interesses mas como esas pequenas cosias apagam dezenas de outros gestos de consideração e respeito mutuo ou simpatia.

Sim, eu continuo a perguntar-me onde está a consciência das feministas e de que serve a dita CONSCIÊNCIA politica das mulheres, a sua solidariedade feminina se à menor ofensa destroem tudo o que de construtivo e simpático possa existir entre nós mulheres...?

Já aconteceu comigo esta reacção muitas vezes por parte das mulheres que me leem por causa da minha posição diferente delas ou das minhas ideias e perpectivas do feminino em geral... por isso deixo um alerta ...Devíamos pensar que Há mais coisas que nos deviam unir do que separar.

É preciso que não esqueçam: “As conexões com e entre as mulheres são as mais temíveis, mais problemáticas e as forças mais potencialmente transformadoras do planeta.” * e ao reagirmos assim estamos a manter as forças de oposição e de separação entre as mulheres em vez de nos unirmos para usar esse potencial transformador...

rlp
*Adrienne Rich

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