O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, maio 31, 2018

O QUE NÃO QUEREMOS VER...



"Você não "sente", mas quando uma mulher é ferida em qualquer lugar do mundo, você também é atingida. A divisão "em nós" e "entre nós" é insustentável. Pelo fim da mutilação genital."
Aaminah Lale

A violência contra a mulher e o constante abuso da força e do poder falocrático, permanente, a  inferiorização da mulher em muitos os aspectos  da sua vida, devida à degradação sistemática da sua imagem na publicidade e pela prostituição do seu corpo, a aviltação do seu ser em todas as frentes, no cinema e nos Midea...gera o ódio entre as mulheres nas instituições, gera a competição entre si e a sua rivalidade na politica e nos diferentes palcos desta sociedade podre, alimentada em todas as revistas séries e telenovelas...A violência contra a mulher está em tudo subtil e subliminarmente...a envenenar por dentro as próprias mulheres que ao serem desvalorizadas se desvalorizam umas as outras...
A Mulher é vitima actualmente também na Europa (invadida por islâmicos) e no Ocidente em geral de uma ofensiva brutal, como que militar (de policias, juízes, presidentes)  contra si e a sua "emancipação", uma orquestração patriarcal contra a sua integridade...que não suporta a sua libertação e isso começou  há séculos...

Sim, mas o pior  é quando é a própria mulher a negar-se a si mesma e a outra mulher e a trai-la...

Nunca poderei dizer ou falar da tristeza imensa que me dá, da dor que sinto quando vejo as mulheres traírem-se e virarem-se umas contra as outras...quando vejo essa inimizade visceral e secular - pegajosa -  soltar-se em cenas degradantes e de antagonismo entre si e em vez de se unirem juntas numa causa comum a bem da Terra, do Amor e da Paz ...se separam e se dividem, se digladiam feridas, tomadas pela raiva ou pelo ego, na dor extrema que as leva até como mães a reflectirem sobre os filhos, sobretudo as filhas a sua falta de amor de crianças mal amadas que foram, quase todas elas mulheres sem mãe, "filhas do pai"  e que se negam na sua essência feminina, a sua linhagem e a suas ancestrais...Sim, podia dizer que cada mulher que trai a outra é porque não teve mãe, não foi amada...e reflecte esse ódio à irmã ou à amiga ou à mãe que transforma em rival...em nome do Pai...Ela alia-se ao predador, ao abusador, ao assassino...ao homem que a trai e ofende, que a anula, viola e que a larga...e despreza!

As mulheres no mundo quase todas - não só as mulheres em Afica, na India  ou no mundo árabe que sofrem as maiores civícias e violências, todas as mulheres do mundo sofrem de algum modo do Síndroma de Estocolmo, vivendo em união de facto com um patriarca interior que as colonizou há séculos e essa é a sua prisão e a  morte de alma... a morte do feminino em essência.

rosaleonorpedro

Sem comentários: