O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, maio 21, 2018

REFLEXÕES...



O NEGATIVO E O POSITIVO, do ponto de vista emocional.


Para além dos princípios que movem a energia e o universo o que é um estado de negatividade? O que é o luto e a dor da separação e a morte ou a depressão como experiência comum e normal de vida que nos projecta em estados ditos não positivos?

E o que é o positivismo e a ideia de que é superior ao lado negativo das coisas? Só a própria palavra nos induz à rejeição dela...
Porque é a tristeza inferior à alegria?

É que para mim tanto uma coisa como outra, extremos de uma mesma experiência - polos opostos a integrar - posto que os dois extremos são concomitantes na nossa vida e em todos os aspectos da nossa vivência -, ao negarmos um lado e privilegiarmos o outro não estamos a cair apenas para um dos lados da balança?
Sim, eu sei que podemos ficar só do lado negativo a chorar e a reclamar das coisas...mas porque não estranhamos que as pessoas estejam sempre "numa boa"? Não é isso uma alienação da Vida?
Não é a vida ela mesma feita de boas e más coisas, de chuva e de sol, de frio e quente, de alegria e tristeza? Porque é a tristeza pesada e a alegria não? Porque recusamos a tristeza e preferimos a alegria? Não é a tristeza o resultado de um esforço ou de uma dor que vem na integração de uma consciência que depois e na sequência de um despertar traz o alivio e o descanso e a alegria, quando a tempestade amaina? Não é esta a lição mais profunda de vida? Aceitar os dois lados das coisas...saber sofrer e saber desfrutar de tudo o que a vida nos ensina...?
E então será que estou a construir um mundo melhor evitando a tristeza ou escondendo debaixo do tapete a minha dor e fingindo uma alegria forçada ou apenas mentalizando-me negando o lado escuro da Lua ou da lua em mim. Sinceramente não compreendo esta fuga ao negativo...



"A paz sobre esta Terra não pode ser a supressão das forças opostas, mas a sua conciliação no interesse de um fim comum: a vida indestrutível."Etienne Guillé

Sofrimento e dor, alegria e prazer, nascimento e morte fazem parte da roda da vida para quem está evidentemente sujeito às Leis do Karma, aos ciclos da vida, ao resultado das suas acções passadas e presentes, como todos nós humanos estamos sujeitos...

Todos sofremos o momento actual, a alienação do ser humano dos seus valores mais fundamentais, reflectidos na crise económica e na guerra de interesses que começam no ego individual na luta pela posse de bens materiais ou de afirmação egoica e isto é visto como se o mundo se dividisse entre vítimas e culpados…mas não é assim, embora aos nossos olhos desarmados de uma consciência superior nos pareça sempre que há os inocentes e os culpados.
Um dos males está precisamente em olharmos a guerra e a paz como se elas fossem a ausência uma da outra...mas a guerra é apenas a expressão da nossa ignorância, da negação de um lado da vida. E assim se quisermos a Paz não é só uma questão de fazer cessar fora a guerra porque mais tarde ou mais cedo ela rebenta noutro lado… mas de olharmos para nós individualmente e aceitarmos a nossa dualidade. Se assim for deixamos de lutar contra um inimigo que se inventa fora e que está bem dentro de nós próprios! Há milénios que assim é e não é uma questão de evolução ou progresso que faz o Homem parar de lutar contra os outros...nem as mulheres de reivalizarem umas com as outras em defesa do macho.
Enquanto o ser humano  não se vir a si mesmo como vitima e culpado ao mesmo tempo...ou por outra, enquanto o homem não deixar de se culpar e de se sentir vitima ele não pode dar um passo para a paz que é o resultado do equilíbrio das forças opostas dentro de si.
PORQUE HÁ UM ESTADO DE CONSCIÊNCIA QUE NOS ELEVA A UMA COMPREENSÃO DO MUNDO ACIMA DESTA DUALIDADE, ACIMA DO BEM E DO MAL...

RLP



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