"há um deus ou uma deusa no âmago de todo complexo." Jung
"De acordo com a teoria junguiana, as deusas são arquétipos, o que vale dizer, fontes derradeiras daqueles padrões emocionais de nossos pensamentos, sentimentos, instintos e comportamento que poderíamos chamar de "femininos" na acepção mais ampla da palavra. Tudo o que pensamos com criatividade e inspiração, tudo que acalentamos, que amamentamos, que gostamos, toda a paixão, desejo e sexualidade, tudo o que nos impele à união, à coesão social, à comunhão e à proximidade humana, todas as alianças e fusões, e também todos os impulsos de absorver, destruir, reproduzir e duplicar, pertecem ao arquétipo universal do feminino. Entretanto, a psicologia acadêmica moderna, com seu amor pelas abstrações masculinas, prefere usar a linguagem racional e espiritualmente insensibilizante dos "instintos", "impulsos" e "padrões de comportamento", palavras que não geram imagens na imaginação, nem provocam lampejos de reconhecimento na alma...No entanto, os gregos, e todas as culturas antigas, percebiam essas energias não como abstrações destituídas de alma, mas sim como forças espiritualmente vitais, forças ou energias que estão exercendo continuamente influências poderosas sobre nossos processos psicológicos. Quando conseguiam reconhecer as forças espirituais que ativavam e esclareciam determinados aspectos do comportamento e da experiência humana, chamavam esses fenômenos de "compulsão dos deuses e das deusas". É por esse motivo que Jung foi levado a comentar que "há um deus ou uma deusa no âmago de todo complexo."
A Deusa Interior de Jennifer Barker Woolger e Roger J. Woolger, p.17 / Arte: Emily Balivet.
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