O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, janeiro 23, 2022

Passo a esclarecer:



Margarida Abreu

Médica, especialista em Medicina Geral e Familiar


A perversão atual da vacinação para a Covid-19

O alarido não tem fundamento. É um aproveitamento da ignorância das pessoas em relação aos números de doentes e mortes que são habituais nesta época do ano, com intenção de continuar a manter o pânico
Começaram por introduzir o medo em larga escala e em nome desse medo, coagiram os seus semelhantes a terem atitudes que seriam consideradas completamente absurdas, se as pessoas não tivessem a sua razão completamente toldada pelo medo.

Falo da obrigatoriedade da utilização de máscaras em espaços públicos fechados e inclusive na rua, sem que a utilização de máscaras alguma vez tenha dado prova de ter qualquer eficácia na prevenção da transmissão dum vírus respiratório. Basta olhar para o mundo, todo mascarado, e com Covid-19 e outras infeções respiratórias, a grassarem por todo o lado aos milhares e aos milhões.

No entanto, seguindo a lógica de que o sol anda à volta da terra, continuam a obrigar as pessoas a andar de máscara, inclusive as crianças, fingindo que nunca vivemos com infeções respiratórias na vida sem qualquer máscara, que as crianças nunca tiveram viroses e que esta é a única doença mortal que veio ao mundo ceifar seres humanos.
Parou-se o tratamento de outras doenças, permitiu-se que morressem pessoas muito mais novas (como é o caso dos doentes oncológicos e não só) do que as que têm falecido com Covid (idade media dos falecidos com Covid no mundo inteiro é de 82,5 anos). Permitiu-se que todas as pessoas com doenças graves não Covid sofressem e morressem muito mais do que o esperado e do que o que seria estritamente inevitável.

Obrigou-se à utilização de testes em larga escala para doentes e saudáveis, para que as pessoas pudessem comprar a sua liberdade. Estes testes que, para além de poderem ter falsos positivos e falsos negativos, em nada impedem a progressão e a disseminação duma doença do foro respiratório, uma vez que, se se quer continuar a viver, é obrigatório que se continue a respirar.

Como se tem verificado, os testes não impedem em nada que a doença se espalhe; apenas dão dinheiro a ganhar a muita gente. Basta observar o que se passou na época festiva em que foram feitos milhões de testes em Portugal e adoeceram e continuam a adoecer, milhares e milhares de portugueses.

O vírus segue o seu caminho e não está nem aí para o medo e para a cegueira humana. Borrifa-se de alto para os seres humanos que acham que mandam nele e ri-se na cara de DGSs e OMSs. E das normas que inventam para o tentar deter. Ele (o SarsCov2), como muitos outros vírus que já causaram pandemias, vai-se tornando mais benigno à medida que a sua transmissão aumenta. Porque ele também gosta de cá estar, neste universo, e sabe que só consegue fazê-lo se não matar o seu hospedeiro, porque se o fizer, morre também com ele.

Do absurdo das máscaras, ao absurdo dos testes para testarem pessoas que não estão doentes ou que têm doenças iguaizinhas às causadas por outros vírus respiratórios, mas que se tiverem Covid 19 são completamente estigmatizadas, o que mais me custa é o absurdo do que se tem feito em relação às vacinas.

Até à altura em que se inventou a gestão desta pandemia, as vacinas eram consideradas pela vasta maioria da população mundial como produtos farmacológicos úteis à manutenção da saúde publica dos povos. Preveniam, numa percentagem considerável, o surgimento de doenças infeciosas graves, com mortalidade importante, com poucos ou nenhuns efeitos secundários. Eram verdadeiras mais valias que os seres humanos tinham inventado para melhorarem a sua saúde. Pensei, inicialmente, embora com algumas reservas em relação à eficácia, que o mesmo sucederia com a vacina para a Covid-19. Seria uma mais-valia para o Mundo.

Nunca me passou pela cabeça que fossem utilizadas como motivo para aumentar a perversão, a crueldade, a discriminação, a prepotência e o absurdo que se tem vindo a verificar desde que a Covid-19 apareceu no planeta.

Nunca me passou pela cabeça que toda a forma perversa como esta pandemia tem sido gerida, tivesse como consequência o descrédito enorme das populações nas vacinas e uma profunda sensação de revolta em muitos seres humanos.

Passo a esclarecer:

A primeira coisa que me surpreendeu no processo de vacinação, foi a campanha terrível perpetrada na comunicação social na primavera de 2021 contra a vacina da AstraZeneca, vacina esta que era mais barata e mais fácil de armazenar que, por exemplo, a da Pfizer. Eu conhecia várias pessoas vacinadas quer com uma quer com outra e os efeitos secundários eram na altura, mais prevalentes em Portugal com a vacina da Pfizer do que com a AstraZeneca.

Mais, em Abril de 2021 falei com um colega meu ligado à vacinação que me informou que, até àquela data, havia já 35 mortes em Portugal associadas à vacina da Pfizer e nenhuma à da AstraZeneca. Quando o questionei sobre o porquê então de se falar tanto mal da vacina da AstraZeneca e a Vacina da Pfizer aparecer como a heroína da história nos noticiários, respondeu-me «não queiras comparar o nº de pessoas que foram vacinadas com Pfizer com as que foram vacinadas com AstraZeneca!». Repliquei: «Mas se a Pfizer tem mortes associadas e a AstraZeneca não, então que não falassem mal de nenhuma ou que falassem mal das duas». Não me respondeu. Não tenho nada a favor nem contra nenhuma vacina em particular, mas o que se passou na comunicação social com intenção de denegrir uma vacina em prole de outra, foi algo que considerei com motivações obscuras, pouco claras e com intenções duvidosas.

Cheguei a ter pacientes que quando chegaram ao centro de vacinação e constataram que iam ser vacinados com a vacina da AstraZeneca e não com a da Pfizer entraram em desespero, tal era a diabolização daquela vacina.
Nunca até então, quando chegávamos ao centro de saúde para vacinarmos os nossos filhos ou para sermos vacinados contra o tétano, sabíamos qual era o laboratório da vacina que estávamos a levar ou isso era sequer uma questão.

Esta foi a primeira coisa que me pareceu perversa em relação à vacinação. Mas “a procissão ainda ia no adro”.

No Verão, com a variante delta já em circulação e novo aumento do número de casos apesar da vacinação em massa de adultos e, sabendo que nos jovens a doença era mais uma virose como muitas das que já tinham tido ao longo da vida ou até mais benigna do que essas, a DGS impôs normas que tornavam os jovens reféns de testes para poderem viver a sua vida, se não se vacinassem. A variante em circulação era a delta e a vacina era baseada numa proteína do vírus original, sem se saber se teria alguma eficácia em relação à variante delta.

Mais, os efeitos secundários da vacina eram muitas vezes iguais à doença que pretendiam prevenir (febre, dores no corpo, fadiga) com uma duração igual ou superior à Covid ou até mesmo efeitos mais graves, como miocardite.

Muitos de nós falámos contra a falta de benefício da vacina em jovens e adolescentes e a completa falta de fundamento científico e ético para se estarem a coagir jovens a serem vacinados com uma vacina que poderia ter efeitos secundários sérios, para prevenir uma doença que era, na sua essência, benigna nessa faixa etária.

A DGS argumentou que era necessário vacinar jovens para que mantivessem a sua sanidade mental. Inacreditável!

A DGS fez regras abusivas e destruidoras do bem-estar psíquico e emocional dos nossos jovens e agora, não contente com isso, exerce coação para que se vacinem para uma doença que não lhes faz dano, com uma vacina para uma variante do vírus que praticamente já não se encontrava em circulação, podendo a vacina fazer tanto ou mais danos que a doença que pretende prevenir. Completamente insólito!

Parassem com as medidas absurdas que inventaram para gerir esta doença e os jovens teriam a sua saúde mental de volta.

Mas o pior ainda estava para vir. Não contentes com o que tinham feito com os jovens, decidiram coagir os pais a vacinar crianças entre os 5 e os 11 anos, chantageando-os de que as crianças não vacinadas teriam que ir para casa se contactassem com um caso positivo de Covid na escola, enquanto as crianças vacinadas poderiam continuar a ter aulas.

Para as crianças, a Covid é ainda mais benigna. Como virose, é uma virose ligeira.

Pior ainda, vieram vários pediatras de renome (nomeadamente o presidente do colégio da especialidade de Pediatria da Ordem dos Médicos) dizer a público que não havia estudos suficientes, nem de eficácia nem de segurança da vacina nestas idades e que, dada a benignidade da virose nestas faixas etárias, desaconselhavam em absoluto a vacinação em crianças. Mas a DGS cortou a direito e não esteve nem aí. É a lei do «quero, posso e mando». E se mandamos vacinar crianças, as crianças são para vacinar.

E são para vacinar com a vacina obtida a partir do vírus original, que é a que está comercializada, embora a variante em circulação seja atualmente a Ómicron e esta vacina não impeça a transmissão da variante Ómicron. Que o digam os portugueses com uma taxa de vacinação de 90% e todos a terem Covid com a variante Ómicron aos magotes.

E desengane-se quem pensa que é pela vacina que os casos são mais ligeiros. Eles são mais ligeiros porque o vírus se tornou mais benigno. E é por isso que em Portugal com uma taxa de vacinação de 90 %, a mortalidade pela Ómicron é muito mais baixa que há um ano (cerca de 6 vezes inferior) e na África do Sul, país onde foi detetada pela primeira vez a Ómicron em novembro de 2021, e onde a taxa de vacinação é de 27% da população, a mortalidade pela Ómicron é igualmente baixa (cerca de 5 vezes inferior em relação a janeiro de 2021).

Como se pode verificar pela observação dos gráficos retirados do worldometer, esta última vaga devida à Ómicron, foi a vaga com maior pico de casos nos dois países, mas a mortalidade tem sido consideravelmente mais baixa que nas outras vagas. O vírus tornou-se muito menos letal.

E é também porque os vírus se tornam mais benignos que, por exemplo na gripe asiática, sem se ter vacinado o mundo inteiro, o vírus dessa gripe se se tornou endémico no segundo inverno.

Mas, como comecei por dizer, vivemos hoje num Mundo mais perverso. Há países que despedem pessoas que não se vacinam para esta doença, países que vão impor sanções aos não vacinados, países que não deixam não vacinados sair de casa. Países que querem coagir e alguns até mesmo obrigar os seus cidadãos a vacinarem-se para uma doença que é hoje equivalente à gripe. Que se cura habitualmente em menos de 7 dias.

Países em que o estandarte da vacinação foi empunhado e utilizado para despedir pessoas, mantê-las prisioneiras na sua casa ou impedi-las de terem direitos iguais aos dos seus concidadãos.

E isto por causa duma vacina cuja eficácia na prevenção da transmissão da doença ficou francamente aquém do esperado. E isto por uma vacina que tem efeitos secundários que podem ser tão severos que podem levar à morte

Só em Portugal, durante o ano 2021 houve mais de 21.500 notificações de suspeitas de reações adversas à vacina para a Covid 19, das quais cerca de 7000 foram reações graves e 116 foram mortes.

Só nos meus pacientes houve efeitos secundários que foram desde a dor no braço, a vários dias de cama com febre, a desmaios, convulsões e inclusive a trombose venosa profunda em ambas as pernas. E os meus pacientes são uma percentagem ínfima da população portuguesa.

De referir que as notificações são sempre em número inferior ao verdadeiro número de reações adversas porque nem toda a gente notifica as reações adversas de que tem conhecimento.

Numa situação de normal funcionamento da sociedade, em que a mente das pessoas não estivesse toldada e manipulada pelo medo, nunca um fármaco destes continuaria a ser administrado. Já teria sido retirado do mercado. Muito menos fazer coerção para que também tivesse que ser administrado a crianças e jovens.

Haver normas que obrigam à vacinação atual de reforço, com uma vacina feita para o vírus que estava em circulação há um ano atrás, para que as pessoas possam ser dispensadas de fazer testes, quando a variante atual é a Ómicron, são normas dum absurdo, duma prepotência e duma falta de ciência impressionantes. É apenas uma forma de chantagem para que sejam consumidas vacinas. A prová-lo estão os 90% de vacinados em Portugal e os milhares e milhares de casos de Covid com a variante Ómicron, em vacinados, por este país fora.

Haver normas que impõem a vacinação com uma vacina com esta gravidade e esta frequência de efeitos secundários, para uma doença que tem atualmente uma essência bastante benigna, curável habitualmente em menos de uma semana, é completamente perverso.

Há cerca de um ano tínhamos e 16.000 casos/dia de Covid 19 e 300 mortos/dia (uma taxa de letalidade de cerca de 1,875%). Este ano temos cerca de 40.000 casos/dia (fora os verificados com autotestes e não reportados) e 30 mortos/dia (uma taxa de letalidade de 0,075%). A mortalidade da doença desceu a pique.

Comparando com a gripe, no inverno 2018/2019 terão falecido 3331 pessoas com gripe (uma média de 22 pessoas/dia nesse inverno, se considerarmos os meses de novembro a março inclusive, altura de maior atividade gripal), no inverno de 2014/2015 terão falecido 5591 pessoas com gripe (uma média de 37 pessoas/dia) e no inverno de 1998/1999 terão falecido 8514 pessoas com gripe (uma media de 56 pessoas/dia).


De novembro até agora, a média de falecidos com Covid é de 15 pessoas/dia. Completamente sobreponível ou mesmo inferior à mortalidade das épocas mais ligeiras de gripe.

Os números de Covid que debitam diariamente na televisão são irrelevantes quando comparados com estes números.

Não há nenhum motivo (e a meu ver nunca houve) para se continuar a amedrontar as pessoas e a utilizar estratégias perversas e cruéis de controlo de seres humanos por outros seres humanos.

A não ser que os interesses em jogo sejam outros que não o da saúde das populações…

Viver neste mundo nunca foi fácil. Mas atravessamos um período de escuridão.

A premissa do «bem comum» ao longo da história da Humanidade foi sempre utilizada para fazer muito mal e para fazer aquilo que uma minoria que se considera iluminada, dona do mundo, manda e obriga.

A premissa do «bem comum» foi sempre associada à imposição do medo para que as pessoas fizessem o que lhes era ordenado.

Que o digam as vítimas da inquisição, do estalinismo, do nazismo e por aí a fora.

O medo é uma força poderosa, mas é uma força das trevas, ao serviço dos interesses duma minoria.


O alarido que é feito na comunicação social é sem fundamento. É um aproveitamento da ignorância das pessoas em relação aos números de doentes e mortes que são habituais nesta época do ano, com intenção de continuar a aterrorizar e manter o pânico.

É a crueldade ao serviço dos interesses obscuros dos que se consideram donos do mundo.

Se a história da Humanidade se repetir e não nos desiludir, todos aqueles que são responsáveis pela indução propositada de tanto sofrimento não sairão impunes.

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