O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, janeiro 21, 2022

O PORTÃO DA MORTE...



"Quanto à forma como a pessoa morta vê os seres humanos que estão aqui na terra, há uma coisa de grande importância. Não imaginemos que os mortos não têm um interesse vivo e vivo no mundo dos seres humanos. Ele tem, de fato, pois o mundo dos seres humanos pertence a todo o cosmos. A nossa própria vida pertence ao cosmos. E assim como nós, mesmo no mundo físico, nos interessamos pelos reinos subordinados, assim os mortos se interessam intensamente pelo mundo humano, e enviam seus impulsos ativos para o mundo humano. Para os mortos trabalham através dos vivos para este mundo. Acabámos de dar um exemplo da forma como eles continuam a trabalhar logo após a sua passagem pelo Portão da Morte.

Mas os mortos vêem uma coisa acima de tudo, e isso claramente. Suponha, por exemplo, que ele veja um ser humano aqui seguindo impulsos de ódio - odiando esta pessoa ou aquela, e com uma intensidade ou propósito meramente pessoal. Isto os mortos vêem. Ao mesmo tempo, porém, de acordo com toda a forma da sua visão e tudo o que ele é capaz de saber, ele observará claramente, nesse caso, o papel que Ahriman está a desempenhar. Ele vê como Ahriman impele a pessoa ao ódio. Os mortos realmente vêem Ahriman trabalhando no ser humano. Por outro lado, se uma pessoa na terra é vaidosa, ele vê Lúcifer trabalhando nele. Esse é o ponto essencial. É em conexão com o mundo de Ahriman e Lúcifer que o ser humano morto vê os seres humanos que estão aqui na terra. Consequentemente, o que geralmente colore o nosso julgamento sobre as pessoas é bastante eliminado para os mortos. Vemos este ou aquele ser humano, que de um sentido ou de outro devemos condenar. O que quer que achemos digno de culpa nele, colocamo-lo a ele. Os mortos não o deita diretamente ao ser humano. Ele vê como a pessoa é enganada por Lúcifer ou Ahriman. Isto provoca uma tonificação, por assim dizer, dos sentimentos fortemente diferenciados que na nossa vida física e terrena geralmente temos em relação a este ou aquele ser humano. Em muito maior medida, uma espécie de amor humano universal surge nos mortos. Isto não significa que ele não possa criticar — isto é, não pode ver com razão o que é mal no mal. Ele vê isso bem o suficiente, mas é capaz de remetê-lo à sua origem - às suas reais conexões interiores. "

Rudolf Steiner #rudolfsteiner
Fonte: Rudolf Steiner – GA 168 – Sobre a Conexão dos Vivos e dos Mortos – Berna, 9 de Novembro de 1916





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