(...)
"Enquanto o neófito jazia ali deitado, as nuvens juntavam-se e do centro surgiu uma mão de inexcedível beleza, que lhe tocou na testa – o perfume das rosas foi deixado sobre a sua testa; a mão tocou seus lábios e sentiu que jamais seriam causa de mentiras no mundo, através das mentiras do seu próprio ser, pois os dedos queimaram seus lábios, que ficaram a arder, muito embora o perfume das rosas de Ísis permanecessem como bálsamo.
A mão estendeu-se para a frente, ele a segurou e, gradualmente, uma figura formou-se das nuvens; uma figura verdadeira, manifestação da beleza e da paz que o aguardavam. A presença transformou-se numa alma viva que respirava, alguém que ele reconhecia e que conhecera em muitas vidas. Ele recordou-se do momento da morte, noutras vidas, em que esperara por ela no limiar da ponte da morte e a saudara com doçura, do mesmo modo como ela o saudara também…"
Mona Rulfe
INICIAÇÃO JUNTO AO NILO
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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