Como é que os médicos tratam as mulheres?…
A mesma indiferença senão o mesmo desprezo católico milenar…
EM PARIR NASCER
Encontrei este depoimento extraordinário do que uma mulher sente verdadeiramente, facto a que a mulher habituada a ser mal tratada nem sequer consegue reagir à forma como os médicos (a autoridade patriarcal) a trata tal como os políticos ou os padres: como mero instrumento de procriação…como mero objecto de prazer ou de ódio…normalmente inconsciente claro. A mulher continua a ser apenas um instrumento social, alienada da sua essência e individualidade, utilizado pelos políticos e padres nas suas querelas, como é o caso do "aborto".
"O que mais reclamo nas maternidades é a violência dos médicos com a gente. Não sabem se você tem passagem para o neném, mas é só ir chegando que vão logo te cortando. ’Abre as pernas’, você abre e vuum, dão um corte! Talvez o neném até nascesse naturalmente. A violência maior é esse corte que dão na gente. Esse períneo é uma tristeza! Às vezes dão anestesia, mas nem sempre. E você toma aquela picada; na hora não sente, mas depois tem os fios de nylon que secam e ficam duros com aquelas pontas todas... é horrível e se você não ficar untando, fica tudo seco e dói muito. É uma barbaridade!
A maioria das mulheres não gosta de ir para o hospital e tenta esperar até a ultima hora. Por isso é que muitas vezes o neném nasce em casa, na rua, até no táxi, e como tem esses casos de mulheres que não podem ter parto normal, é onde muito neném morre, porque elas ficam agüentando até o ultimo momento e quando chegam não dá mais tempo de fazer o parto normal porque não tem passagem. Então eles forçam a pessoa para dar passagem e é quando o neném morre e até a mãe pode morrer. Se você está esperando as contrações, vem um médico, enfia o dedo e dá um toque; vem outro, dá outro toque ainda e outro mais... as mulheres ficam aterrorizadas. Às vezes, eles vêm por curiosidade de aprender, como os acadêmicos. Se fosse só um médico, aquele que vai fazer o teu parto e ainda está te dando assistência, então seria mais certo. Mas vários médicos... você lá com as pernas abertas, e TUM, daqui a pouco já é outro, e TUM de novo, e depois outro ainda, enfia a luva, o dedo, TUM... e vai embora! Isso é uma violência danada!”
(Depoimento de Cristina, página 26, retirado do livro “Mulher, Parto e Psicodrama” de Vitória Pamplona.)
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AS MULHERES DEVIAM SER EXCLUSIVAMENTE ASSISTIDAS NOS SEUS PARTOS PELAS PARTEIRAS, AS ANTIGAS CURANDEIRAS E MULHERES SÁBIAS, AS MAIS IDOSAS DA FAMÍLIA QUE AS SENTEM NA PELE E AMAM E RESPEITAM...
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