LEONARDO BOFF
HÁ homens e HOMENS...
Brasileiras guerreiras da paz
No mundo inteiro as mulheres sofrem ainda sob o efeito do sistema patriarcal. Este não apenas as marginalizou senão criou também um tipo de sociedade e de cultura no qual elas ou são subalternizadas ou feitas invisíveis. Continua ainda especificamente na China, India, Bengladesh e Taiwan o abortamento de meninas, a ponto de desiquilibrar a proporção entre homens e mulheres. O indiano Amartya Sen, prêmio Nobel de economia, denunciava já nos anos 90 a falta de cem milhões de mulheres vítimas desta prática assassina.
Apesar de tudo, já há quase dois séculos, que as mulheres despertaram dessa situação desumana e se organizaram para gestar outro tipo de relação de gênero, criando os fundamentos de outro paradigma civilizacional não mais ligado à subordinação mas à reciprocidade e à parceria.
(...)
Dedico este artigo àquelas anônimas que diariamente cruzam nosso caminho, guerreiras que levam com destemor a vida avante. Sou da mesma opinião da FAO: se não dermos mais poder de decisão às mulheres, dificlmente salvaremos nosso Planeta.
LEONARDO BOFF
(Autor junto com Rose Marie Muraro do livro Feminino e Masculino, uma nova consciência para o encontro das diferenças) (Sextante)
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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