O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

DAR À LUZ A CONSCIÊNCIA DA DEUSA



Tal como uma mulher entrega o seu corpo para ser um receptáculo na gravidez, de certa maneira similar e invisível as mulheres que são médiuns místicas tornam-se o cálice donde pode emergir a consciência.

As sibilas, as pitonisas de Delfos e as mulheres americanas nativas que tinham sonhos para a tribo funcionavam assim. Essas mulheres, com poderes psíquicos, normalmente tinham que perder a consciência para que o sonho, ou a informação, surgisse através de si, num paralelismo com as mulheres que são anestesiadas durante o trabalho de parto e o nascimento. Ambas as experiências mudam quando a mulher não fica inconsciente, quando a mulher percebe o maravilhoso que privilégio o que está a fazer. Agora é um vaso escolhido, e foi ela própria que fez escolha do que executa com o corpo e com a psique.

Ela bebe nas profundezas arquetípicas, ou biológicas, que misteriosamente se juntam na experiência da alma e apercebe-se de ser esse cálice donde emerge a vida ou a visão. Nesse momento específico, muitas mulheres estão a dar à luz a consciência da deusa...

In TRAVESSIA PARA AVALON - de Jean Shinoda Bolen

1 comentário:

Anónimo disse...

E o q fazer se quando buscamos um grau interior,um contacto com a Natureza,estamos subvertendo ordens sociais?Que nos dizem serem proibidas?