A sexualidade sagrada
A Grande Deusa solar era sexuada contrariamente ao Deus judeu-cristão; Ela pode voltar a restituir essa dimensão essencial à mulher, o lugar que existe entre o sexo e o sagrado.
O esmagamento deste culto original apoiou-se na rejeição do sexo como via de acesso à espiritualidade e na desvalorização da mulher, sacerdotisa dos rituais de iniciação. Todos os vestígios desta compreensão do mundo podem ajudar a mulher de hoje a reconquistar uma realeza operante de que esta época tem particularmente necessidade. Sob o peso das paixões do dinheiro e do sucesso, o sexo é um grande deserto e conhece uma grande miséria. A sexualidade faz uma ponta entre o ser e o ter, mas ela esvazia-se do seu sentido profundo quando não está acompanhada de valores de autenticidade. Quando ela não é senão função reprodutora, ou serve de mero descarregar das tensões, e se torna um vazio. Menos afectada pelo stress do poder que o homem, a mulher que encontrar nela mesma a inspiração da Grande Deusa pode fazer florir esse deserto.
O cristianismo marcou profundamente no espírito ocidental a ideia de uma separação entre o sexo e a espiritualidade. O coração e o espírito situam-se do lado de Deus mas o sexo pertence a um qualquer diabo grotesco, mal intencionado e as coisas do sexo, ainda que necessárias à reprodução, ficaram marcadas de aspectos vergonhosos, baixos e animalescos.”*
(…)
Antes, e “Durante cerca de 20 mil anos de reinado da Grande Deusa, as práticas sexuais eram sagradas e faziam parte integrande dos templos.”* Eram rituais de iniciação e a mulher venerada por ser a sacerdotisa a grande iniciadora do amor….
*(traduzido do francês)
A MULHER SOLAR
Paule Salomon
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
3 comentários:
Ai, ai...e apesar de trabalhar e trabalhar para eliminar este subjugar, por vezes me deparo com a internalização deste de forma tão arraigada e , quase física....
Ainda bem que como iniciada eu posso, devo até abrir meu coração e nesta abertura a razão cartesiana vai cedendo lugar ao estético e o corpo se beneficia. A Alma aplaude, o ego ,manietado, volta ao seu lugar de traje.
pOIS É MINHA AMIGA, é física a forma da nossa subjugação, está nos nossos musculos a contracção do medo de avançar para a nossa meta. Sermos nós próprias.
-desculpe não ter ainda respondido ao seu email...
Não desista do seu coração e continue a lutar por si mesma apesar dos obstáculos. Escreva o seu Blgue também. Abraço
rosa leonor
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