* In OS MISTÉRIOS DA MULHER
M. Esther Harding
O que explica a maior parte das aberrações sexuais do homem, assim como a sua misoginia e a violência doméstica, parte do flagrante exemplo das religiões que, no caso da religião católica, referem a Mulher Eva, como fonte do mal e do pecado, depois retiraram a imagem de Maria Madalena como companheira e discípula de Jesus, negando o seu papel preponderante nos Evangelhos, transformando-a deliberadamente em “pecadora” para fazer prevalecer a ideia de uma Deusa Virgem, como Mãe Imaculada...
Daí termos nos nossos dias ou uma mulher infantilizada, amputada da sua sensualidade e do seu poder pessoal, ou a mulher dividida em dois estereótipos, a santa e a pecadora, que se digladiam entre si (a esposa e a "outra", a nora e a sogra) e torna as mulheres em geral, rivais umas das outras...
A verdade é que o facto de o dogma católico ter separado logo à partida a sexualidade da espiritualidade, querendo associá-la exclusivamente ao instintivo, digo aos baixos instintos, e ao pecado, negando-a como uma expressão natural de ligação do ser humano com a Natureza e o Cosmos, o que deveria acontecer numa dimensão superior à mente racional e à matéria, numa visão transcendente, ela é hoje considerada apenas um aspecto do ser orgânico, desligada da espiritualidade que é por sua vez encarada como um mito pelos ateus ou um dogma pelos crentes. Deste modo, cavou-se um fosso e uma cisão ainda maior entre homens e mulheres e a expressão da sua sexualidade, impedindo-os de atingir uma plenitude a partir da base para cima, da Terra para o Céu e compreender que o que está em cima é igual ao de baixo …
A partir dessa cisão, até aos nossos dias as confusões da sexualidade, as suas variantes cada vez mais aberrantes, desde a violação, nomeadamente a violação sistemática das mulheres às sevícias e abuso de crianças em todo o mundo não parou de crescer. Os mais monstruosos casos que hoje em dia os midea em geral e a televisão divulga e que com a maior hipocrisia mostra espanto, são a prova disso sem que ninguém queira perceber que afinal é isso mesmo que o mundo mediático divulga todos os dias nos seus filmes de terror ealimentando as populações com essas monstruosidades...
rlp
2 comentários:
Posto aqui um texto elaborado por uma amigo que muito tem ajudado, e com ~exito, as mulheres a se libertarem de si mesmas e das suas circunstâncias.
A Escada para o Céu
Em algum ponto ao longo das migrações
Seguindo as trilhas da caça
Houve a domesticação dos animais
E desvendou-se o segredo das sementes
Alguns defendem que a domesticação
A partir dos filhotes capturados
Ocorreu sob o olhar das mulheres
Que ficavam no acampamento a cuidar da prole
A agricultura também seria fruto das mãos femininas
O melhoramento dos grãos pelo olhar
Sempre mais atento a certos detalhes de aparência
Moldado desde o ventre pela mesma testosterona
Que dá a objetividade, a agressividade
O “jeito macho” de ser e a força para as caçadas
No que é hoje o Iraque, a Síria e o Irã...
O mistério dos capinzais que cresciam naturalmente
E o trigo, o centeio, a aveia proporcionaram
O milagre do pão precedido pelas bênçãos
Da cerveja – símbolo místico da transformação do grão
Uma dieta saudável, rica em vitaminas!
Trabalho em conjunto, abundância
Acúmulo das provisões coletivas em silos
Em armazéns que se transformariam em templos
Em algum momento deste processo
Propõe-se que o Matriarcado organizou essa sociedade
Antes dos registros históricos – das tabuletas de argila
A Mãe inspirara às suas filhas os dons que garantiam maiores alimentos
A Mãe que era cultuada em ritos de fertilidade
Cada mulher como um elemento de união entre o grupo
A reprodução coincidindo com o Solstício
O sexo grupal unindo o antigo grupo de caçadores e coletores
Que encontravam no pastoreio e na agricultura
Abundância e na partilha das mulheres a harmonia
A proximidade de sangue sendo amenizada pela troca entre os clãs
Os riscos de rejeição dos fetos (entre outros a eclampsia)
Atenuados pela prática do sexo oral
Pelo qual o corpo da mulher se familiariza com fatores presentes no sêmen
E o sistema imunológico reduz a sua resposta negativa
E o sexo entre parentes não muito próximos não cria problemas
Porém a sociedade que consolidou o nascimento da civilização
Não resistiu ao afluxo de outros grupos ainda sob a égide da caça
Ainda patriarcais em suas estruturas
A Deusa foi dividida em deidades menores, específicas
A cada uma outorgou-se um Deus masculino
De consorte tornou-se a cabeça do casal
Em casos extremos, como os hebreus, a deusa submergiu
Nos mistérios do monoteísmo
Junto com todo o panteão – mas ficou o nome Hagia Sofia
Em outras regiões – elas permaneceram e seus mitos esquecidos
Hoje servem de pistas para os psicólogos
Na compreensão da jornada que a humanidade precisa percorrer
No resgate da antiga harmonia
Uma história oculta nas lendas e nas antigas ruínas vazias
Cujos simulacros substituíram a escada dos céus construída
Na união mística plural em louvor à Deusa
Os templos sob a direção masculina
Confinaram as mulheres
Transformaram em prostitutas sagradas as antigas sacerdotisas
Eliminaram a comunhão coletiva da orgia
Que garantia a prole saudável e a paternidade coletiva
Pela submissão da mulher, pela negação do prazer
Pela criação do eunuco e várias formas de circuncisão
Esmagamento de um testículo dos jovens
E outras técnicas que tornavam menores os riscos da prole
Do macho dominante, ser na verdade fruto de ‘uniões ilícitas’...
A propriedade, a casta militar e a servidão do povo que laborava a terra!
A Mãe-Terra perdeu o caráter sagrado – este se transferiu à propriedade
Santificada pela força dos que oprimiam toda população
Aquilo que chamam os livros de História de modo de produção asiático.
As Deusas e o caminho para o Céu sob o Patriarcado
Deixou apenas as edificações de pedra
Cujos simbolismo pobremente relatavam
O poder antigo do Sexo Sagrado
Desprovidas do poder que só o corpo humano
E sobretudo a Natureza Feminina possui de proporcionar
Asas e domínio sobre a força da matéria
E levar a ascender do Corpo à Plenitude!
O Patriarcado se estabeleceu plenamente
E prosseguiu ainda mais quando vestiu os trajes do Cristianismo
Distorcendo os ensinamentos primitivos de amor tolerante
Um traço maternal – um Deus anteriormente severo
A oprimir mais e mais a sexualidade feminina.
O ápice no Ocidente se alcançou na era Vitoriana
As mulheres além de serem consideradas mentalmente inferiores
Fisicamente doentias e presas em espartilhos e modos asfixiantes!
Negadas ao prazer – restrito as prostitutas!
A extração cirúrgica do clitóris era justificada
Do mesmo modo que ainda hoje em certos círculos do terceiro mundo
A histeria era um dos sintomas
Que instigou os trabalhos de Freud!
E a obra de Jung que reencontrou os velhos mitos das Deusas.
E a libido feminina no bojo maior do imaginário humano oprimido!
Gerou lutas de transformação da sociedade como um todo
E dos direitos das mulheres especificamente
Revoluções políticas e comportamentais
Hoje a Mulher ainda se equilibra a buscar o seu verdadeiro caminho
A libido ainda é uma das forças a impulsionar essa construção
As antigas formas do prazer coletivo
Do companheirismo feminino
Do sexo como jornada ao sagrado
Forçam a sua aparição mesmo que em um contexto ainda dominado pela pornografia
Nada contra o erotismo – mas sim contra a degradação que a cultura
Em seu viés patriarcal ainda promove contra as antigas formas sagradas
Os filmes mostrando o sexo grupal, o lesbianismo, a tríade etc
Nunca mostram a ternura e a reverência que a mulher merecia nesses momentos
E, mesmo assim, sempre causa frisson entre os que apreciam esse tipo de produções!
Quando apesar de todo o caráter ‘industrial’ dos filmes
Surpreende-se uma atriz que verdadeiramente goza, atinge aquele ORGASMO
Que fascina sempre os homens, pois momentaneamente vislumbra-se
A face da Deusa – o caráter sagrado da realidade imanente
A possibilidade de uma sociedade em que harmonia e amor
Superem as noções de posse e status pela propriedade
Que baseiam a nossa sociedade consumista
Afinal sexo é experiência – e o orgasmo real não é um bem de serviço
A transcendência pode nos mostrar aquilo que realmente precisamos para viver...
Muito menos do que o mercado que nos oferecer
Muito mais do que ele está disposto a tolerar.
A jornada para encontrar a sua ‘deidade interior’
Para libertar essa mulher capaz de vivenciar a sua sexualidade
De não julgar as relações humanas de acordo com os parâmetros patriarcais de POSSE
Essa mulher continua a caminhar
Por mais estranho que possa parecer dizer isso
Mas no cotidiano, nas pequenas coisas da vida!
E diante de uma webcam, desvelando-se!
Em um perfil no adult – buscando parceiros ou parceiras
Experimentando ser louvada por dois ou mais homens
Só aceitando homens que saibam reconhecer-lhe a grandeza
E não apenas busquem mais uma trepadinha básica...
Como tudo que pulsa e é vital – as coisas se confundem um pouco
Mas é da Natureza da Mulheres, observa e encontrar o caminho
E cabe aos homens aprenderem a ouvir a sua própria ‘intuição feminina’
E não o que lhes adestraram sobre o ‘papel da mulher’
E quem sabe, assim, sejamos dignos novamente de louvar a Deusa
Através dos lábios e do templo que Ela nos proporcionou
Sob o véu carnal das companheiras que encontramos nessa jornada!
jtberso
Como tenho blogs diversos, apareceu esta denominação: T58, mas meu nome é Maria Célia De santi, por vezes aparece como Sirius, pois é um ot blog....
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