Prémios Nobel de Literatura de 1983 e de 1998
Dois grandes escritores, dois prémios Nobel da Literatura, à distancia de quinze anos, dizem qualquer coisa de absolutamente relevante para os nossos dias e que importa desde já salientar e manter bem presente, em cada momento ou em situações de confronto com a cultura de cariz machista…
No livro AS DUAS VOZES, William Golding, remete-nos para uma evidência que a maior parte dos homens e com certeza os médicos, que tão mal conhecem as mulheres e as menosprezam, o recusam ver…
“As mulheres por vezes ficam histéricas e fazem e dizem as coisas mais estranhas. Mas esta observação vai dar a volta e morder a própria cauda: talvez a verdade da vida e do viver resida nas estranhas coisas que as mulheres fazem e dizem quando estão histéricas”
“As mulheres por vezes ficam histéricas e fazem e dizem as coisas mais estranhas. Mas esta observação vai dar a volta e morder a própria cauda: talvez a verdade da vida e do viver resida nas estranhas coisas que as mulheres fazem e dizem quando estão histéricas”
Assim como, José Saramago, com a sua argúcia para mim de forma surpreendente diz em O Memorial do Convento, algo muito semelhante e igualmente sábio…
"... É a grande, interminável conversa das mulheres, parece coisa nenhuma, isto pensam os homens, nem eles imaginam que esta conversa é que segura o mundo na sua órbita, não fosse falarem as mulheres umas com as outras, já os homens teriam perdido o sentido da casa e do planeta..."
Será que a sociedade patriarcal, e os homens em geral, não querem ver nem ouvir aquilo que os homens da arte do sentir, que é a literatura, dizem?
1 comentário:
De resto, José Saramago é um homem que manifestamente aprecia e valoriza as mulheres e que, com fina ironia, expõe a sua condição de seres subjugados pelo sistema patriarcal. Veja-se o modo como descreve a relação entre José e Maria em "O Evangelho Segundo Jesus Cristo". Admirável.
Enviar um comentário