RESPOSTA À PERGUNTA DE UMA AMIGA SOBRE O AMOR...
"Estás à espera da compaixão, ou da bondade dos outros?
Então, encontra essa compaixão em ti mesmo, encontra em ti essa bondade.
E se não encontrares misericórdia dentro de ti,
Então não tentes encontrar bondade e compaixão nos outros
E se não achares bondade em ti mesmo,
Nem tentes ver isso nos outros."
Prem Rawat
- Rosa, acreditas na união e simpatia no amor, em uma união baseada na Verdade? Existe?
- Não minha amiga, não acredito... porque nós nunca sabemos qual é a nossa verdade e a do outro, e as relações se baseiam sobre um série de equívocos e projecções e enganos, para além de todas as ilusões e fantasias nossas que projectamos no outro, as expectativas, os sonhos...
As relações de verdade implicariam um grande trabalho de consciência psicológica e emocional e uma sinceridade inaudita e ainda e aceitação integral dos outros, como eles são... Mas nós estamos sempre a ver tudo pelo nosso angulo de visão e ainda pior, sob o angulo do bom e do mau, e das nossas conveniências e necessidades, e não suportamos a verdade que nos espelha os nossos defeitos, medos e carências extremas...
AS vezes há um milagre - pequeno ou grande - em que alguém entra em sintonia connosco e sente afinidades e por piedade, compaixão ou ternura - sempre tendo em conta as nossas necessidades e carências - pode haver ressonância, sim, quando nos espelhamos as mesmas dores e carências e ai pode haver um momento de apaixonamento e deslumbre ou vislumbre de que alguém nos entende e nos ama, e pode dar-se até o tal "coup de foudre"! ...mas são só a cristalização das mesmas feridas que vibram em simultâneo até que o encantamento se desfaz e tudo se perde e acabamos até por odiar aquela pessoa. Nota, eu não estou a falar da pulsão sexual, nem do desejo que também resultam das nossas carências e natureza instintiva. Falo do amor como algo que tod@s idealizamos e expectamos, mas raramente vivemos... amor humano e universal... o amor mito...o amor místico...
Realmente sinto haver um plano superior em que os nossos eus superiores (os nossos Kas, segundo os egipcios) se poderiam reconhecer...mas isso só é possível se houver uma realização "espiritual" individual, um caminho feito, o que equivale a uma maturidade e consciência das nossas emocões e feridas. Ai talvez pudéssemos prolongar esses encontros e desenvolver uma relação construtiva ao nivel das nossas almas ...mas isso é raro... A tal alma gémea não existe assim... ou é fruto de muitas vidas... Mas muito raro. De um lado temos a ficção espiritual new age a construir novos estereótipos de pares ideais na base de fantasias e a par da ficção romanesca que não nos ajuda nada...
Olha, sinceramente o que eu penso neste momento é que estamos e que somos todos doentes de amor, carentes de amor...mas este mundo e como sabes, a começar pelos nossos pais, mães e irmãos, não tem maneira de amar e dar amor e proteger sequer a criança, como tu sabes tão bem...
É como se todos fossemos órfãos de mãe...sim de mãe, essa Mulher plena, senhora de si e autónoma que não se verga nem se se submete ao homem - porque afinal é o pai que nos rouba a Mãe, que a mata ou asfixia a Mulher nos seus dons e dádiva. Esta sociedade faz a mulher servir o pai e a criança vem em 2º lugar... Somos ou fomos tod@s vitimas de mães ignorantes e de pais disfuncionais e infantis, prepotentes e mesmos os pais mais cultos podem ser desumanos e estúpidos, convencidos de teorias e de ideologias, como agora que sem pensar nem saber o papel de ambos, pai e mãe, homem e mulher, carregados de crenças e ideologias, andam a difundir ideias de género em que a criança sem amor e sem se identificar com os progenitores, pensa que é infeliz por não ter o outro sexo e a loucura instala-se e tod@s somos cada vez mais vitimas de uma sociedade louca e artificial que nos vai levar cada vez mais à alienação do humano e do amor e da nossa verdadeira identidade...
Enfim... lamento dizer-te estas coisas. Já não creio em amor nenhum dessa ordem nem em ninguém capaz de amar como que se diz: "incondicionalmente"...Penso que AGORA é mais o salve-se quem poder no bom sentido, isto é: ter consciência e ser lucido e tanto quanto possível, saudável mental e fisicamente. Estamos a caminho de um mundo cada vez mais déspota, egoísta, artificial e robótico de mortos vivos... e como se usa dizer, ENTRE MORTOS E VIVOS ALGUÉM HÁ DE ESCAPAR!
Cuida de ti porque os outros não nos vão amar nem curar... e se te derem uma mão...vão-te exigir tudo...no caso, simpatia, empatia...reciprocidade o que acaba em servidão, fidelidade, anulação...
Sim, desculpa passar-te este estado de alma ou consciência...mas sabes que sou velha, ceptica e desencantada, já não tenho ilusões - mas se conseguires manter alguma esperança em alguém, desejo-te o melhor... sabendo de antemão que irreversivelmente o outro lado do pêndulo oscilará mais tarde ou mais cedo no sentido contrário...
rlp
PS olha...as românticas inveteradas vão-me apedrejar...
As relações de verdade implicariam um grande trabalho de consciência psicológica e emocional e uma sinceridade inaudita e ainda e aceitação integral dos outros, como eles são... Mas nós estamos sempre a ver tudo pelo nosso angulo de visão e ainda pior, sob o angulo do bom e do mau, e das nossas conveniências e necessidades, e não suportamos a verdade que nos espelha os nossos defeitos, medos e carências extremas...
AS vezes há um milagre - pequeno ou grande - em que alguém entra em sintonia connosco e sente afinidades e por piedade, compaixão ou ternura - sempre tendo em conta as nossas necessidades e carências - pode haver ressonância, sim, quando nos espelhamos as mesmas dores e carências e ai pode haver um momento de apaixonamento e deslumbre ou vislumbre de que alguém nos entende e nos ama, e pode dar-se até o tal "coup de foudre"! ...mas são só a cristalização das mesmas feridas que vibram em simultâneo até que o encantamento se desfaz e tudo se perde e acabamos até por odiar aquela pessoa. Nota, eu não estou a falar da pulsão sexual, nem do desejo que também resultam das nossas carências e natureza instintiva. Falo do amor como algo que tod@s idealizamos e expectamos, mas raramente vivemos... amor humano e universal... o amor mito...o amor místico...
Realmente sinto haver um plano superior em que os nossos eus superiores (os nossos Kas, segundo os egipcios) se poderiam reconhecer...mas isso só é possível se houver uma realização "espiritual" individual, um caminho feito, o que equivale a uma maturidade e consciência das nossas emocões e feridas. Ai talvez pudéssemos prolongar esses encontros e desenvolver uma relação construtiva ao nivel das nossas almas ...mas isso é raro... A tal alma gémea não existe assim... ou é fruto de muitas vidas... Mas muito raro. De um lado temos a ficção espiritual new age a construir novos estereótipos de pares ideais na base de fantasias e a par da ficção romanesca que não nos ajuda nada...
Olha, sinceramente o que eu penso neste momento é que estamos e que somos todos doentes de amor, carentes de amor...mas este mundo e como sabes, a começar pelos nossos pais, mães e irmãos, não tem maneira de amar e dar amor e proteger sequer a criança, como tu sabes tão bem...
É como se todos fossemos órfãos de mãe...sim de mãe, essa Mulher plena, senhora de si e autónoma que não se verga nem se se submete ao homem - porque afinal é o pai que nos rouba a Mãe, que a mata ou asfixia a Mulher nos seus dons e dádiva. Esta sociedade faz a mulher servir o pai e a criança vem em 2º lugar... Somos ou fomos tod@s vitimas de mães ignorantes e de pais disfuncionais e infantis, prepotentes e mesmos os pais mais cultos podem ser desumanos e estúpidos, convencidos de teorias e de ideologias, como agora que sem pensar nem saber o papel de ambos, pai e mãe, homem e mulher, carregados de crenças e ideologias, andam a difundir ideias de género em que a criança sem amor e sem se identificar com os progenitores, pensa que é infeliz por não ter o outro sexo e a loucura instala-se e tod@s somos cada vez mais vitimas de uma sociedade louca e artificial que nos vai levar cada vez mais à alienação do humano e do amor e da nossa verdadeira identidade...
Enfim... lamento dizer-te estas coisas. Já não creio em amor nenhum dessa ordem nem em ninguém capaz de amar como que se diz: "incondicionalmente"...Penso que AGORA é mais o salve-se quem poder no bom sentido, isto é: ter consciência e ser lucido e tanto quanto possível, saudável mental e fisicamente. Estamos a caminho de um mundo cada vez mais déspota, egoísta, artificial e robótico de mortos vivos... e como se usa dizer, ENTRE MORTOS E VIVOS ALGUÉM HÁ DE ESCAPAR!
Cuida de ti porque os outros não nos vão amar nem curar... e se te derem uma mão...vão-te exigir tudo...no caso, simpatia, empatia...reciprocidade o que acaba em servidão, fidelidade, anulação...
Sim, desculpa passar-te este estado de alma ou consciência...mas sabes que sou velha, ceptica e desencantada, já não tenho ilusões - mas se conseguires manter alguma esperança em alguém, desejo-te o melhor... sabendo de antemão que irreversivelmente o outro lado do pêndulo oscilará mais tarde ou mais cedo no sentido contrário...
rlp
PS olha...as românticas inveteradas vão-me apedrejar...
5 comentários:
Que texto sensato
Que linda que és... Bom dia 🙏
Agradeço-lhe por partilhar a sua lucidez e amor. Muitos beijinhos
Minha querida, muito obrigada por se manter fiel a esta página e deixar este comentário! A ver se nos vemos por ai... espero que tudo esteja bem consigo.
Abraço de alma
rlp
Vania, muita força minha querida e coração ao alto, como dizia a minha mãe...
beijinhos
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