...”O nosso tempo é o tempo dos mortos, é o tempo dos que precisam de ópio para regressar a si, é o tempo dos macacos fornicadores que descarregam sobre a alma humana ondas e ondas de bestialidade integral provocando no corpo e no espírito doenças inenarráveis e intermináveis. É o tempo dos castelos interiores, da ocultação, da imobilidade. Do conhecimento.”
O verso e o reverso do mundo. Mas é tempo de castelos interiores sim. De contemplação ou reflexão. É preciso voltar ao nosso ser essencial, íntimo e profundo. Já percorremos demasiado os labirintos do prazer e da animalidade. É preciso destinguir urgentemente o erotismo da pornografia... A liberdade da promiscuidade. Separar as águas...
Salvar a nossa alma do caos.
“Eu querido irmão, pensei: o homem quer experimentar sensações fortes e quer ser amado.Ponto. Cada um de nós sabe-o em segredo e quando não lhe é dado, não consegue, ou lhe fica vedado satisfazer essas ânsias profundas, então arranja - sim, nós! - então arranjamos satisfações substitutas e agarramo-nos a uma vida suplementar, um suplemento de vida; toda a monstruosa criação técnica, expandindo-se febrilmente, um substituto para o amor.”
(...)
“Agora quero dormir. Quero distrair-me, ou seja ler. Da cama olhei em volta e descobri que o livro que num dia como este eu teria querido ler não estava ainda escrito.
(...)
IN “Acidente” de CHRISTA WOLF
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