O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, fevereiro 23, 2002

CANSA SER, SENTIR DÓI, PENSAR DESTRUI.
Fernando Pessoa



***** ****

Nómada do cosmo

Ó Raínha do mundo!
Porque fui por ti abandonada?

Porque me expulsaste do teu ventre cósmico
Porque me tiraste à força para fora,
com que raiva e dor, com que bondade ou amor

... que eu tudo esqueci e agora...

Não compreendo nada, não vejo a razão do meu ser aqui!
Amputada que me sinto à nascença de ti,
pela tua memória sempre assediada...

Ó Rainha do Mundo!
Porque me deixaste só neste planeta tão adverso,
Cheio de bestas e pestes, entre uma raça perdida,
Cheia de ódio por causas de nada?

Até quando será assim?
Até quando te esquecerás de mim
E de toda esta humanidade enjeitada?!

in "Mulher Incesto"

Sem comentários: