O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, fevereiro 10, 2002



LVII

... mais doce ainda que o canto da lira
...e mais que o oiro
doirada.



LXIII

Não sou daquelas que ruminam rancor:
Meu coração é o da criança.



Safo - Fragmentos
*** ****
O meu desejo de ti é literário,
Como de um grande poema ou sinfonia,
Romântico e místico, sublime e transcendente!

É um desejo de música e de palavras;
É como tear do coração, lento e preciso
Como tecer um tecido, uma pele, um lenço de seda da Índia,
De Caxemira, com tigres e linces (para e pôr ao pescoço).

É um novo corpo com que nascer,
É uma aura com que te envolvo em vez de te possuir
Ou ter com o meu corpo físico...

São as minhas mãos aladas com penas nos braços
Que te afagam o rosto e no meu peito te embalam
Como uma filha nascida das nuvens
Ou das brumas do meu sonho.

O meu desejo de ti é puramente literário,
Feito de nomes e símbolos à procura do verbo.
É matar esta sede de sangue no meu sangue,
Sorvido da tua boca como taça do Graal.

É consumar as núpcias no magma secreto da terra
E voltar ao céu da origem desconhecida,
Mergulhar na luz bendita do nosso ser total.

É amar-te acima de todas as formas, conhecer-te a essência
E perder-me para sempre na sua música celestial

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