O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
sexta-feira, agosto 02, 2002
Sou uma religiosa sem igreja,
uma reclusa sem convento,
amante de uma deusa sem altar.
Vivo na pele o tormento de uma humanidade que ainda não é.
Vivo no mundo sem nele acreditar...
Sou sacerdotisa de um templo destruído
à procura de um novo amor e uma nova fé.
Olho num único sentido: interior, íntimo
no centro de mim mesma e espero a luz.
A luz de um outro mundo e a única esperança.
Com ele há-de vir a nova criança e a deusa
em que ainda descança e as duas serão uma só!.
in "Mulher Incesto - Sonata e Prelúdio"
UMA ROSA É UMA ROSA
É UMA ROSA
É UMA ROSA
É UMA ROSA
E se a contemplo e a olho, me seduz
É quando está naturalmente exposta.
Para além da solidão, do amor, da luz.
E se me subjuga é porque o "Fado"
Nos faz, a ela rosa contemplada
A mim, servo fiel do rei amado.
Encontrei hoje este poema que foi dado por uma grande mulher, justamente no dia de HOJE
( claro que eu nem sabia, mas lembrei-me do poema) 2 de agosto de 1990!!!
Marília:
Quanto às Rosas, em geral elas fazem um pacto naturalmente entre si,
porque O Nome é Destino ou Vocação,
é cumprir uma Missão...
Deixei uma nota no seu Blog e uma questão que gostaria muito ventilar consigo!!!
Esta: a mulher aparece sempre como "soror mística" dos alquimistas, mas no processo activo,
como alquimista ela própria o que é o homem para ela? "Soror"
ou um fratelo? É aí a minha desconfiança...seculari...
Quase não houve mulheres alquimistas e as poucas que houve
nem deixaram testemunhos do caminho feito por elas
sem a paternidade do macho...
Desculpe eu não quero ser feminista aqui, quando se tratam de Princípios Alquímicos,
os dois lados de cada ser, os opostos a integrar, mas há
um grande contencioso histórico de anulação da mulher em todos os domínios,
incluindo na Alquimia, tudo porque a mulher é passiva?
Mas há um processo próprio
para a mulher?
Isto tem a ver com as funções dos aspectos Feminino e Masculino entre si
mas também no desencadear da Obra
de cada um dos lados e cada um dos lados de per si é diferente...
Como é a Mulher face à Obra? Será a eterna "soror mística" a "musa"?
No dizer de Robert Graves a mulher só pode ser a Musa e o homem o Poeta e, segundo ele Safo é uma excepção porque é Musa e Poetisa ela própria...querendo isto dizer que a mulher poeta ou alquimica tem de ser a sua própria Musa ou Soror...
Porque não há também nem o muso...nem o soror?
Porque tanto ao homem como à mulher é o Feminino que falta integrar???
Eu sei: são questões difíceis que as mulheres nunca se puseram...
INICIAÇÃO
"Não dormes sob os Ciprestes,
pois não há sono no mundo.
O corpo é a sombra das vestes,
que encobrem teu ser profundo.
Vem a noite, que é a morte,
e a sombra acabou sem ser.
Vais na noite, só recorte,
igual a ti sem querer.
Mas na estalagem do Assombro,
tiram-te os Anjos a capa:
segues sem capa no ombro,
com o pouco que te tapa.
Então Arcanjos da Estrada
despem-te e deixam-te nú.
Não tens vestes, não tens nada:
tens só teu corpo, que és tu.
Por fim, na funda caverna,
os Deuses despem-te mais,
teu corpo cessa, alma externa,
mas vês que são teus iguais.
a sombra de tuas vestes
ficou entre nós na Sorte
não estás morto entre ciprestes
neófito, não há morte."
Fernando Pessoa - 30/03/1933
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