O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, agosto 06, 2002



"A ABERTURA DO CAMINHO"

"Existirá em nós uma esperança de descobrir dentro de nós um elemento de estabilidade permanente,
"um gerente responsável" da nossa encarnação, que saiba o fim e que nos possa iluminar
o nosso discernimento quanto ao caminho que nos leva a esse fim?"


Isha S.L.


(...) Na verdade ainda não estou vendo bem o fio da meada do que estou escrevendo. Acho que nunca verei - mas admito o escuro onde fulgem os dois olhos da pantera macia.A escuridão é o meu caldo de cultura. A escuridão feérica.Vou te falando e me arriscando à desconecção: sou subterrâneamente inatingível pelo meu conhecimento.

Escrevo-te porque não entendo.

Mas vou-me seguindo. Elástica. É um tal mistério essa floresta onde sobrevivo para ser. Mas agora acho que vai mesmo. Isto é: vou entrar. Quero dizer: no mistério. Eu misteriosa e dentro do âmago em que me movo nadando, protozoário. Um dia eu disse infantilmente: eu posso tudo. Era a antevisão de um dia poder me largar e cair num abandono de qualquer lei. Sei como inventar um pensamento. Sinto o alvoroço da novidade. Mas bem sei que o que escrevo é apenas um tom.

Nesse amâgo tenho a estranha impressão de que não pertenço ao género humano.

in "ÁGUA VIVA" - CLARISSE LISPECTOR

Livro traduzido para francês. Onde se lê: "traduit du brésilien par..."
Eu jugava que os brasileiros falavam português assim como os americanos falam inglês...
Nunca vi esse crasso erro nas traduções do "americano"...os franceses, tão cultos, desconhecem o português???
Aliàs talvez pensem que o português é o nome genérico de sardinhas em lada e usado numa gíria qualquer
para as porteiras em França...


A DULCE DIAS voltou!

DULCE, AGORA QUE PROMETESTE VOLTAR não queres escrever uma crónica daí sobre isto? E dizer aos franceses que no Brasil se fala Português
e que esta escritora escrevia em excelente e versátil Português de Camões?

Que ao menos de bom nos salve a nossa língua que tantos poetas orgulha! Tanto cá como lá como no mundo inteiro onde esta língua sagrada se fala porque de Fernando Pessoa e Jorge Amado...

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