Quando tinha dezasseis anos tive de ser operada a uma apendicite de urgência. Ao meu lado, no hospital estava uma mulher dos 40 e tal anos que entrou com hemorragias e em semicoma. Qd já estava melhor disse aos médicos que já teria feito uns 25 abortos. Foi tratada , assistida e ninguém a denunciou. Anos mais tarde apercebi-meque muita gente à minha volta tinha feito abortos - eram as Tias, as Madrinhas, as Avós, as Mães desta e daquela - tudo muito boa gente, senhoras respeitáveis e mães de familia... Até a sra Lucilia contava que já namorava há sete anos e um dia "aquilo" aconteceu e ficou logo grávida. E na sua aflição atirava-se da burra abaixo para ver se abortava...
Ontem fiquei a ver o Prós e Contras até final, mas este é um tema que não tem final , porque quem vai votar NAO continua a preferir a hipocrisia , a mentira, a falsidade para não acabar com um dos negócios mais rentáveis cá do burgo. Um abraço
wickiy | Email | Homepage | 30-01-2007 22:17:39
ERA NA IDADE MÉDIA E AS FOGUEIRAS, AS TORTURAS ÁS MULHERES...
NO ECO DESSA MEMÓRIA AINDA...OS PADRES E OS FALSOS MORALISTAS DE HOJE
BESSONOV
DEFENDER O SIM,
É DEFENDER AS MULHERES QUE MAIS SOFREM!
"Defender o "sim" é infinitamente mais difícil, a não ser para os fundamentalistas de sinal oposto aos integristas do "não", ou seja, para quem pretende que o acto de abortar representa uma bandeira libertadora e identitária da mulher. A ligeireza mundana com que algumas figuras do jet set feminino se exibiram a favor do "sim" na campanha do anterior referendo terá sido, aliás, um dos motivos que favoreceram a vitória do "não" e a enorme abstenção que se verificou."**
A ligeireza mundana do Jet Set do "sim" (ou do Nâo)nada tem a ver com as mulheres reais que profundamente sofrem na pele em consequência das suas decisões drásticas e dramáticas e são essas mulheres, as que não têm voz nem direito a nada socialmente, que vivem na solidão e na agonia ou mesma na miséria que interessa defender e Votar Sim. Para que não sejam sempre essas mulheres as mais sacrificadas pela vida madrasta, pelos padres e pela sociedade dos homens que já as castigam no acto de "abortar" como vítimas que são de um mundo burguês e ridículo que vive de conceitos e dogmas na maior hipocrisia.
As doutoras do NÂO, na sua estupidez e arrogância, as virtuosas senhoras católicas e as adolescentes que nada sabem da VIDA, falam do alto da sua ignorância perante realidades que desconhecem e a que fecham os olhos todos os dias!
"os militantes do "não" pretendem impor a todos os demais as suas convicções doutrinárias e éticas, utilizando para isso a máquina repressiva do Estado. Não lhes basta ser coerentes com os valores que defendem: exigem que os outros se submetam ao império da sua suposta superioridade moral. Ora, essa é seguramente mais uma razão para votar "sim"." **
**Jorge Silva
Jornalista
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