O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, janeiro 04, 2007

AS CAUSAS DA MULHER...

"O OCIDENTE: UMA PODRIDÃO QUE CHEIRA BEM,
UM CADÁVER PERFUMADO."

Emile Cioran


imagem de sebastião xante
COMO O HOMEM E O INCONSCIENTE COLECTIVO
VÊ A MULHER...


A Consciência do Ser Mulher ou a Consciência do Feminino em si não se dissocia da Consciência do SER (homem ou mulher).
Pensar que defender a “causa da mulher” não é a causa do homem é um erro crasso. Pensar que a espiritualiddade está dissociada da vida social e prática é outro erro crasso. A unidade do ser – corpo alma e espírito - é o princípio de realização e a fragmentação do ser em partes, na defesa de “direitos” cívicos ou sexuais ou agir contra a violência doméstica, separamente da Consciência do todo que o Ser Humano é, é outro grande Erro, é um “pecado” é o errar o alvo…Por isso não me associo a nenhuma causa, nem social nem política, a nenhum grupo, partido ou religião porque todos os problemas da Humanidade passam pela falta de Conciência do Ser em si e do seu todo e não é pela separação e divisão da sociedade em classes, mas da separação e divisão do homem e da mulher e ainda e principalmente da mulher em duas espécies, a santa e a puta. Digo isto e repito porque todas as mudanças e revoluções nunca trouxeram essa consciência da divisão interna da mulher, nem do seu corpo fragmentado, conetado de bom ou mau ou de puro e impuro dependentemente da sua escollha sexual e fazendo depender o valor da mulher inteiramente do casamento- procriação como único sentido e significado para a sua vida.

Como exemplo temos:

O Papa compara a terrorista todas as mulheres se estas decidirem “abortar” e condena-as a morrer para salvar o feto (mesmo que este seja deformado ou a mulher tenha sido violada) e que ele considera superior à mulher que a seus olhos não tem qualquer valor em si…É o direito à vida do feto e não o direito à vida da mulher!


O QUE OS HOMENS FAZEM DA MULHER...

Os políticos fazem um “referendo” para decidir aquilo que diz essencialmente respeito ao corpo e à vida da mulher. Á sua consciência. A mulher era um ser inferior e sem Alma – segundo a santo mais misógino da teologia cristã - e embora já admitam a sua alma, continuam a negar-lhe a Consciência pois se acham no direito de julgar e condenar a mulher, decidir por ela, como se a mulher não tivesse qualquer voto na matéria que é sua, como é seu o seu ventre!
…Tal com há 40 anos neste santo país a mulher ainda não votava, agora não pode ainda decidir da sua vida íntima…
Tanto o Cardeal de Lisboa como o Papa fizeram declaraçãos absurdas e retrógadas sem nenhum respeito pela integridade e liberdade da mulher pois subentende-se a total falta de confiança na mulher como ser autónomo, capaz apenas de assassinar os filhos...

Como é que a Igreja e o Estado ainda se autorgam o direito de julgar e de decidir sobre a Mulher?

Enquanto a mulher não for um ser pleno e consciente de si mesma integrando as suas duas partes divididas pela sociedade patriarcal há milénios, não poderá realizar a totalidade do ser unindo os opostos complementares feminino e masculino. Assim a sociedade continuará tal como a mulher fragmentada e a dividir sem jamais unir; e nem o homem poderá jamais integrar o seu feminino interior pois o feminino que lhe é espelhado fora é sempre um feminino dividido, social e psicologicamente em duas partes antagónica: a senhora ou a puta que são também as duas faces do travesti… que são todos os homens mentalmente enquanto não conhecerem o seu feminino, o verdadeiro feminino de que só a verdadeira mulher poderá ser o espelho…


A IGREJA NEGOU A ALMA À MULHER DURANTE SÉCULOS,
AGORA NEGA-LHE A CAPACIDADE DE ESCOLHA E A CONSCIÊNCIA DE SI!


R.L.P.

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