“É por isso que, sabendo nós que, actualmente, o cristianismo é o velho, o decadente, a esterilidade e o inútil – nós, conquanto não saibamos claramente, nem nitidamente prevejamos o que se lhe seguirá, temos ainda assim a consciência de que, atacando-o trabalhamos pela nova fé; (...) preparamos o terreno para o edifício novo; que, arrancando as plantas que degeneram em bravias, nós deixamos o lugar livre para a semente que germinará em planta, para no fim, degenerar também em bravia (...), e ser arrancada por outros, para que outras plantas novas nasçam, e assim indefinidamente e incompreensivelmente no suceder-se dos séculos, e em favor do mystério infinito.”
iN "Pessoa por conhecer -
Roteiro para uma Expedição" de Teresa Rita Lopes
"...POR ISSO, TAMBÉM NÓS MULHERES "devemos reinvindicar as nossas forças místicas. Devemos avançar, contra as árduas e obscuras forças do ridículo e da resistência sejam quais forem as formas que tenham fazendo o que temos que fazer e desempenhando o papel que nos cabe.”*
As mulheres de hoje têm de lutar mais pela liberdade da sua Consciência do que pela sua liberdade sexual ou outra, porque é a sua liberdade de consciênica e a sua dignidade que estão em causa mesmo que se julguem emancipadas e em igualdade social: Verificamos que isso não é verdade! Apesar das feministas haverem “assegurado” uma aparente igualdade de direitos e até paridade com o homem, o que é absolutamente evidente é que a mulher não é considerada na sua essência nem na sua totalidade e a sua palavra continua não ser respeitada.
Porque ALÉM DE REFÉM DO SEU VENTRE CONTROLADO PELA IGREJA E PELO ESTADO, a mulher continua fragmentada em si mesma sem o saber, cindida psicologicamente sem se aperceber como nem porquê, e a viver a agonia da sua divisão interior (o medo de ser a prostituta) manifestando-a contra "a outra" que considera “a pecadora” ou a má da fita…
É assim que encontramos mulheres a achar que as mulheres devem ser castigadas por aquilo que elas, as santas mártires do catolicismo, agarradas às saias dos padres e dos maridos, sem verticalidade nem ética própria, desfiguradas da sua verdadeira natureza, julgam e acusam outras mulheres e dizem não à despenalização do “aborto”. Elas acreditam nos seus opressores e naqueles que as exploram e usam há séculos e que as reduzem ora a crianças ora a ignorantes através do medo que do alto dos seus púlpitos controlam há milénios…
rlp
*in "O VALOR DE UMA MULHER"
de MARIANNE WILLAMSON - 1993
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