O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, janeiro 05, 2023

PORQUE SOU ANTI-CLERICAL E PAGÃ!



PORQUE SOU ANTI-CLERICAL E PAGÃ!

Todas as religiões são a causa directa ou indirecta da divisão da Mulher em duas mulheres, assim mantidas pelo patriarcalismo ao longo dos séculos, como esposas e concubinas, DANDO LUGAR à mais antiga e macabra profanação do SER Mulher, à sua integridade e dignidade como ser, que é a prostituição versus casamento e vice-versa...
A Religião, qualquer religião, sempre foi dos homens e para os homens...
A Religião nunca foi das mulheres...mas sempre contra as mulheres...e vivendo muito à conta da ignorância, obediência e escravidão e sacrifício das mulheres.

Seja o deus Jeová, Buda ou Alá... todos eles revelaram facetas misóginas e de desprezo pelas mulheres que os seus acólitos e chefes religiosos, nomeadamente no Islão, são os grandes culpados da perseguição, escravidão e violência sobre as mulheres até aos dias de hoje.
As grandes religiões como o Budismo, o Judaísmo (em que o homem agradece nas suas orações diárias não ter nascido mulher), o Cristianismo da Inquisição (que perseguiu e matou milhares de mulheres) e o Islamismo que hoje mata a pedrada as mulheres adúlteras, e as impede de saber ler e participar na sociedade, são todas misóginas  ou dividem a Mulher em duas, a Deusa Mãe Imaculada no altar ou nos cultos como sagrada mãe, e a mulher real desprezada e manipulada segundo os interesses das suas crenças e dogmas e que matam e violam sem escrúpulos.
Por isso sou totalmente adversa e antagónica a qualquer religião patriarcal, de ontem e de hoje - assim como às novas abordagem tipo "new age" que continuam a servir-se das mulheres, que maioritariamente alimentam estes párias da sociedade, e as continuam a manter na sombra e de forma utilitária...como mães de seus filhos e servas dos seus folclores etc.
Soe isto a que soar...é preciso dizê-lo sem contemplações nem mais hesitações, doa a quem doer!

Rosa Leonor Pedro - 2015

Citação da imagem  de Florbela Espanca - poetisa

3 comentários:

rosaleonor disse...

Por principio não respondo a anonimos... mas enfim, quando digo pagã digo apenas anticlerical... não falo nem de mitologia gregaou hindu... nem de qualquer periodo especifico do qual nada sabemos e misturamos tudo. Falo das religiões patriarcais e todos os deuses que citou da mitologia claro que são aptraircais sendo que para mim a mitologia mais antiga, e a mais fidedigma dos mitos da criação do mundo é a hindu e a sua trimurte, Brama Shiva e Vishnu que por sua vez brama equivale a Zeus e Jeová...Confuso não é? Não há nada que saibamos ao certo e eu só me situo nas consequências seculares dessa divisão da mulher...em duas! a Santa e a puta... a pura e a devassa etc. De resto estou-me nas tintas para este tipo de ifnormação cviciada e adulterada por todas as escrituras e pelos sistemas e épocas. Para mim Pandora é a 1ª Mulher humana ainda meio Demo, porque os deuses eram demos e não sexuados, seres não biologicos... enfim, uma salganhada "histórica" que cada um entende como quer e pode.
Agradeço a sua boa intenção em me esclarecer mas tudo o que disse no geral eu não afirmei nada em contrário nem falei sequer dos mitos onde certamente o ódio a mulher é bem patente por zeus e hades etc. Nem vale a pena entender tudo isso. Há uma velha e tremenda guerra entre o Olimpo, o mundo paralelo ao nosso e nós humanos somos apenas desde sempre as suas marionetas... ao sabor das sua querelas como sempre e rebanho apenas...
Guerrinha patente entre homens e mulheres...e entre mulheres contra mulheres. Eu tenho apenas a liberdade de expressão e cada um de discernimento... lamento. Somos livres por enquanto, digamos, enquanto não formos engolidos de novo pela matrix.

Anónimo disse...

Compreendi seu ponto de vista, certamente.
Peço desculpas pelo anonimato, foi a única forma que consegui comentar. É um assunto vasto e interessante. E também eu sou avessa a guerras entre mulheres ou disputas medíocres. Espero que nâo leve meu comentário como conflito gratuito. Respeito acima de tudo.
Realmente não vejo o porquê desse ódio ao feminino, ele é real. Não é só ódio ao feminino vindo do masculino, há ódio do feminino contra o feminino. Há ódio contra a sensibilidade do feminino. Contra a dignidade do feminino. Contra tudo o que é intrínsecamente feminino: o seu vasto mundo interior. Se na era vitoriana uma mulher era subjugada, na era Anitta e Rihannas também o é. Se a repressão sexual do passado dizimou a vida de muitas mulheres, a revolução sexual também tem dizimado a vida de tantas outras... Se as mulheres foram perseguidas na Inquisição por conhecimentos dados como bruxaria, no presente a mulher segue sendo perseguida se possui conhecimentos ditos não manipuláveis... Compreende?
Foi o judaísmo que demonizou a figura Lilith, já que essa não passava de uma deidade antiga da mulher protegida pela independência de não querer casar. Era simplesmente isso. O exílio judaico tinha medo de suas mulheres judias não quererem casar na Babilônia. Eles prezam o "Não misturar" da raça. Veja que nos símbolos e arquétipos a história é sempre a mesma: o que se manipula mesmo é a capacidade exclusivamente feminina de gerar. Lidar com o feminino é lidar com a manutenção da espécie ou sua extinção. É lidar com o poder de uma nação ou sua impotência. Por isso o feminino é sempre foco de políticas seja em que era e tempo for. Tudo se resume a nosso órgão muito específico: o útero.

rosaleonor disse...

Se calhar não percebi bem o seu comentário porque me parece que estamos em profundo acordo... gostava até se me permitir de publicar o seu texto...que é clarissimo. Obrigada pela sintonia...
um abraço
rl