O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
domingo, setembro 08, 2002
no lado esquerdo da alma
COMO EU NÃO POSSUO
oLHO EM VOLTA DE MIM. tODOS POSSUEM -
uM AFECTO, UM SORRISO OU UM ABRAÇO.
sÁ PARA MIM AS ÂNSIAS SE DILUEM
eU NÃO POSSUO MESMO QUANDO ENLAÇO.
rOÇA POR MIM, EM LONGE, A TEORIA
dOS ESPASMOS GOLFADOS RUIVAMENTE;
sÃO ÊXTASES DA COR QUE EU FREMIRIA,
mAS, A MINH' ALMA PÁRA E NÃO OS SENTE!
qUERO SENTIR. nÃO SEI...PERCO-ME TODO...
nÃO POSSO AFEIÇOAR-ME NEM SER EU:
fALTA-ME EGOÍSMO PARA ASCENDER AO CÉU,
fALTA-ME UNÇÃO P'RA ME AFUNDAR NO LODO.
nÃO SOU AMIGO DE NIGUÉM. p'RA O SER
fORÇOSO ME ERA ANTES DE POSSUIR
qUEM EU ESTIMASSE - HOMEM OU MULHER,
e EU NÃO LOGRO NUNCA POSSUIR!...
cASTRADO D' ALMA E SEM SABER FIXAR-ME,
tARDE A TARDE NA MINHA DOR ME AFUNDO...
sEREI UM EMIGRADO DOUTRO MUNDO
qUE NEM NA MINHA DOR POSSO ENCONTRAR-ME?
cOMO EU DESEJO A QUE ALI VAI NA RUA,
tÃO ÁGIL, TÃO AGRESTE, TÃO DE AMOR...
cOMO EU QUISERA EMARANHÁ-LA NUA,
bEBÊ-LA EM ESPASMOS DE HARMONIA E COR!...
dESEJO ERRADO...sE A TIVERA UM DIA,
tODA SEM VÉUS, A CARNE ESTILIZADA
sOB O MEU CORPO ARFANDO TRANSBORDADA,
nEM MESMO ASSIM - Ó ÂNSIA! - EU A TERIA...
eU VIBRARIA SÓ AGONIZANTE
sOBRE O MEU CORPO D'ÊXTASE DOURADOS,
sE FOSSE AQUELES SEIOS TRANSTORNADOS,
sE FOSSE AQUELE SEXO AGLUTINANTE...
dE EMBATE AO MEU AMOR TODO ME RUO,
e VEJO-ME EM DESTROÇO ATÉ VENCENDO:
é QUE EU TERIA SÓ, SENTIDNDO E SENDO
aQUILO QUE ESTREBUCHO E NÃO POSSUO
Paris, Maio de 1913
MÁRIO DE SÁ CARNEIRO
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