O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
segunda-feira, setembro 16, 2002
O ARQUÉTIPO DA MULHER SELVAGEM
"O arquétipo da Mulher Selvagem, bem como tudo o que está por detrás dele, é o benfeitor de todas as pintoras, escritoras, escultoras, dançarinas, pensadoras, rezadeiras, de todas as que procuram e as que encontram, pois elas todas se dedicam a inventar, e essa é a principal ocupação da Mulher Selvagem. Como toda a arte, ela é visceral, não cerebral. Ela sabe rastrear e correr, convocar e repelir. Ela sabe sentir, disfarçar e amar profundamente. Ela é intuitiva, típica e normativa. Ela é totalmente essencial à saúde mental e espiritual da mulher
E então o que é a Mulher Selvagem? Do ponto de vista da psicologia arquetípica, bem como pela tradição das contadoras de histórias, ela é a alma feminina. No entanto ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto no mundo visível quanto do mundo oculto - ela é a base. Cada uma de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para a nossa vida.
(...)
Ela é quem se enfurece diante da injustiça. Ela é a que gira como uma roda enorme. É a criadora dos ciclos. É à procura dela que saímos de casa. É à procura dela que voltamos para casa. Ela é a raiz estrumada de todas as mulheres. Ela é tudo o que nos mantém vivas quando achamos que chegamos ao fim. Ela é a geradora de acordos e ideias pequenas e incipientes. Ela é a mente que nos conhece; nós somos os seus pensamentos.
(...)
Onde vive a Mulher Selvagem? No fundo do poço, nas nascentes, no éter do início dos tempos. Ela está na lágrima e nos Oceano. Está no câmbio das árvores, que zune à medida que cresce.Ela vem do futuro e do início dos tempos. vive no passado e é evocada por nós. Vive no presente e tem lugar à nossa mesa, fica atràs de nós numa fila e segue à nossa frente quando dirigimos na estrada. Ela vive no futuro e volta no tempo para nos encontrar agora."
(...)
in "MULHERES CORRENDO COM LOBOS" - de CLARISSA PINKOLA ESTÉS
AS TRÊS GRAÇAS
Seus símbolos eram a rosa, o ramo de mirto e um par de dados.
“Eurinome, filha de Oceano, de sedutora beleza, deu ao deus três filhas, as Caritas de belas faces; Aglae, Eufrosina e a amável Talia [dos olhos onde brilhavam seus olhares brotava o amor que rompe os membros; o olhar é tão belo que brilha sob suas sobrancelhas”
(HESIODO, Teogonia, v.906 a 911).
PRAYER
Ave Maria cheia de graça...
Benditas sejam as mulheres,
Bendito seja o fruto da sua consciência,
corpo, almA, espírito, amen.
Rezo por uma unidade do ser mulher
dividido e repartido em partes desiguais.
Rezo para que a alma seja una e o espírito seja fecundo,
para que o corpo seja vaso!
...Ave Maria, mar, Maria sombra, anima minha amar-te.
Ave Eva, ave Maria, Lilith, Shekinah,
tantas vezes maldita, tantas vezes abençoada!
Tantas quanto a história foi contada.
...Ave Maria cheia de Graça,
Rainha do céu e da terra...
Nascida do mar: Afrodite, Artemisia e Hecate.
Ave Virgínia Woolf, Marguerite Yourcenar,
Clarice Lispector...
e todas as mulheres que ainda hei-de cantar.
in "MULHER INCESTO"
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