O CÉU E A TERRA - A ALMA E O CORPO
(...)
Nestes casos, o que verdadeiramente transporta e fascina é a "mulher do espírito" ou a "mulher oculta" a que já nos referimos, e o ser humano correspondente serve unicamente de intermediário para a experiência ou activação desta mulher. Uma imagem primordial que transportamos em nós, nas camadas profundas do nosso ser, manifestando-se em circunstâncias determinadas ao encontro de uma pessoa real, dando origem a uma espécie de transe clarividente e ébrio: pois a imagem que transportamos em nós é também o eterno feminino pressentido objectivamente no ser amado, o qual sofre então um processo muitas vezes fulgurante de transubstanciação, com o sentido de um quase total desnudamento, duma aparição efectiva, de uma hierofonia (...)
in"A METAFÍSICA DO SEXO" - Julius Evola
(…) Pensa em mim que não sonho senão com o teu clarão onde adormece o luxo alegre de uma terra e de todos os astros que conquistei para ti adoro-te e adoro os teus olhos e abri os teus olhos abertos a todos aqueles que viram e darei a todos os seres que os teus olhos viram vestidos de ouro e de cristal vestidos que deverão tirar quando os teus olhos os tiverem embaciado com o desprezo.
Sangro no meu coração as iniciais do teu nome num estandarte que são todas as letras de que o z é a primeira no infinito dos alfabetos e das civilizações onde te amarei ainda, pois queres ser minha mulher e pensar em mim nos países onde já não existe termo médio.
O meu coração sangra na tua boca e volta a fechar-se na tua boca...
Tu virás tu pensas em mim tu correrás nas tuas treze pernas cheias...
...Quero ver-te chegar como as fadas.
In «A IMACULADA CONCEPÇÃO» de André Breton e Paul Éluard
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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