O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, março 15, 2006

MULHERES...



"Dizia-se só assim: a Natália. Como se diz a Sophia, a Agustina, a Amália. Mulheres que logo no nome trazem marcada a força, espécies muito diferentes de uma força que lhes traça o som e a grafia dos nomes, com o poder insondável de um destino."
(…)

Num auto-retrato falado, Natália resumiu-se: "Eu pareço entusiástica, exuberante, mas é só por fora. É a minha forma de me libertar das tensões que as pessoas mordem dentro de si. Interiormente, tenho a imobilidade de um ídolo oriental. Mas não sou fria. Sou até um ser profundamente afectivo. Coloco o amor na sua totalidade - o Amor que compreende Eros, Ágape (ou amor sublime), Líbido, e Fília (amizade). Este amor é a própria essência da cultura portuguesa."


In Artes dn
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E DEUSAS

REGINA MUNDI
Epifania

Imaculada Conceição, estás no centro da terra,
No coração da rosa. À tua volta está o mundo
Em círculos e círculos…
Força de vida, enrola-se em ti.
Calada e funda. Violenta e tão docemente.

A noite vai descer sobre a terra.
Os montes sobem para o céu.




Sem força não se faz, mas só a força cria a força: (Sem amor nada se faz, mas só o amor cria o amor). A solução está neste prodígio: caçar a força com a força. Sabe o que é entrar para um círculo fechado, que não se pode abrir, quebrar, para segurar uma ponta?
Mas o possível só é possível no impossível.
E o mundo aparece como uma construído por múltiplos anéis fechados, em que a primeira flor é a última flor; serpentes mordendo a cauda, anéis duríssimos que urge rebentar, círculos cruzando-se saíndo uns dos outros, multiplicando-se, oscilando no ar.


21-XII-1967
A FORÇA DO MUNDO
Dalila L. Pereira da Costa

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