O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, janeiro 15, 2007

A NEGAÇÃO DO FEMININO

"A feminilidade radical é uma ferida de amor, amor completo, onde o homem não se encontra à vontade" A.Bessa-Luis



O MEDO DA MULHER ABSOLUTA

J. K.: Eu sinto-me portadora de uma Tradição de Amor independente de todas a forma particular e religiosa. Em cada mulher existe essa demensão de Dama com Unicórnio, de Maria Madalena, de Rainha do Sabá. Mulheres de todas as origens, de todas as classes sociais, de todas as idades, reconheceram-se na personagem de Maria Madalena. Quando eu escrevi este livro, recebi principalemnte cartas de mulheres. O amor é o último sonho transportado pela mulher.

R.B: - O homem está assustado com a ideia de encontrar a mulher autêntica. Ele receia ficar submerso sob a sua própria natureza e de perder um poder ilusório sobre ele mesmo, ao qual ele se agarra deseperamente.


J. K.: Acredito que sim. Certos homens criticaram-me pelo facto de eu falar do corpo, da carne, numa colecção consagrada à espiritualidade! Eu interroguei-me antes de compreender que Maria Madalena representava a mulher de conhecimento, de liberdade, que assusta tanto o homem pela sua aurtenticidade. Existe o medo da mulher absoluta. O homem fica completamente assustado com essa sede de absoluto, de infinito, com a incondicionalidade da mulher.


(...)
in ERÓTICA & EROTISMO Jaqueline Kelen
(entrevista de Rémi Boyer)

1 comentário:

Ná M. disse...

Lindo !Sim, sem dúvidas !