O ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA E A PROFECIA
DE JOSÉ SARAMAGO:
É isto que estamos a viver no mundo inteiro... ou como uma metáfora virou realidade!
"A cegueira começa num único homem, durante a sua rotina habitual. Quando está sentado em seu carro no semáforo, este homem tem um ataque de cegueira, e é aí, com as pessoas que correm em seu socorro que uma cadeia sucessiva de cegueira se forma… Uma cegueira, branca, como um mar de leite e jamais conhecida, alastra-se rapidamente em forma de epidemia. O governo decide agir, e as pessoas infectadas são colocadas em uma quarentena com recursos limitados que irá desvendar aos poucos as características primitivas do ser humano.
A força da epidemia não diminui com as atitudes tomadas pelo governo e depressa o mundo se torna cego, onde apenas uma mulher, misteriosa e secretamente manterá a sua visão, enfrentando todos os horrores que serão causados, presenciando visualmente todos os sentimentos que se desenrolam na obra: poder, obediência, ganância, carinho, desejo, vergonha; dominadores, dominados, subjugadores e subjugados.
Nesta quarentena esses sentimentos se irão desenvolver sob diversas formas: lutas entre grupos pela pouca comida disponibilizada, compaixão pelos doentes e os mais necessitados, como idosos ou crianças, embaraço por atitudes que antes nunca seriam cometidas, atos de violência e abuso sexual, mortes,…
Ao conseguir finalmente sair (devido a um fogo posto na camarata de um grupo dominante, que instalara ainda mais o desespero controlando a comida a troco de todos os bens dos restantes e serviços sexuais) do antigo hospício onde o governo os pusera em quarentena, a mulher que vê depara-se com a ausência de guarda: “a cidade estava toda infectada”; cadáveres, lixo, detritos, todo o tipo de sujidade e imundice se instalara pela cidade. Os cegos passaram a seguir os seus instintos animais, e sobreviviam como nômades, instalando-se em lojas ou casas desconhecidas.
Saramago mostra, através desta obra intensiva e sofrida, as reações do ser humano às necessidades, à incapacidade, à impotência, ao desprezo e ao abandono. Leva-nos também a refletir sobre a moral, costumes, ética e preconceito através dos olhos da personagem principal, a mulher do médico, que se depara ao longo da narrativa com situações inadmissíveis; mata para se preservar e aos demais, depara-se com a morte de maneiras bizarras, como cadáveres espalhados pelas ruas e incêndios; após a saída do hospício, ao entrar numa igreja, presencia um cenário em que todos os santos se encontram vendados: “se os céus não vêem, que ninguém veja”…
A obra acaba quando subitamente, exatamente pela ordem de contágio, o mundo cego dá lugar ao mundo imundo e bárbaro. No entanto, as memórias e rastros não se desvanecem." Wikipedia
É isto que estamos a viver no mundo inteiro... ou como uma metáfora virou realidade!
"A cegueira começa num único homem, durante a sua rotina habitual. Quando está sentado em seu carro no semáforo, este homem tem um ataque de cegueira, e é aí, com as pessoas que correm em seu socorro que uma cadeia sucessiva de cegueira se forma… Uma cegueira, branca, como um mar de leite e jamais conhecida, alastra-se rapidamente em forma de epidemia. O governo decide agir, e as pessoas infectadas são colocadas em uma quarentena com recursos limitados que irá desvendar aos poucos as características primitivas do ser humano.
A força da epidemia não diminui com as atitudes tomadas pelo governo e depressa o mundo se torna cego, onde apenas uma mulher, misteriosa e secretamente manterá a sua visão, enfrentando todos os horrores que serão causados, presenciando visualmente todos os sentimentos que se desenrolam na obra: poder, obediência, ganância, carinho, desejo, vergonha; dominadores, dominados, subjugadores e subjugados.
Nesta quarentena esses sentimentos se irão desenvolver sob diversas formas: lutas entre grupos pela pouca comida disponibilizada, compaixão pelos doentes e os mais necessitados, como idosos ou crianças, embaraço por atitudes que antes nunca seriam cometidas, atos de violência e abuso sexual, mortes,…
Ao conseguir finalmente sair (devido a um fogo posto na camarata de um grupo dominante, que instalara ainda mais o desespero controlando a comida a troco de todos os bens dos restantes e serviços sexuais) do antigo hospício onde o governo os pusera em quarentena, a mulher que vê depara-se com a ausência de guarda: “a cidade estava toda infectada”; cadáveres, lixo, detritos, todo o tipo de sujidade e imundice se instalara pela cidade. Os cegos passaram a seguir os seus instintos animais, e sobreviviam como nômades, instalando-se em lojas ou casas desconhecidas.
Saramago mostra, através desta obra intensiva e sofrida, as reações do ser humano às necessidades, à incapacidade, à impotência, ao desprezo e ao abandono. Leva-nos também a refletir sobre a moral, costumes, ética e preconceito através dos olhos da personagem principal, a mulher do médico, que se depara ao longo da narrativa com situações inadmissíveis; mata para se preservar e aos demais, depara-se com a morte de maneiras bizarras, como cadáveres espalhados pelas ruas e incêndios; após a saída do hospício, ao entrar numa igreja, presencia um cenário em que todos os santos se encontram vendados: “se os céus não vêem, que ninguém veja”…
A obra acaba quando subitamente, exatamente pela ordem de contágio, o mundo cego dá lugar ao mundo imundo e bárbaro. No entanto, as memórias e rastros não se desvanecem." Wikipedia
3 comentários:
É ...são cegos... Mas não é só nos semáforos... Nas passadeiras não param perante uma jovem de muletas magra abatida com próteses externas um pouco por todo o corpo. .. essas são as visíveis.... Não há quem me levante do chão quando Caio no chão na rua. Não há quem pare um carro para dar passagem. Chegam a rir e até a assediar... Até doente sempre fui uma Mulher bonita, enfim... É a Vida... Houvessem mais Saramagos Rosas e Joanas frontais e assertivas... Há mais algumas por aí mas hoje já não dá mais. Esgotada com a cegueira desumana!
Comento mais do q aqui aparece... Não quer saber a minha opinião sobre o livro ou não existopq sou aquela q extrPolo? A mediunidade verdadeiramente sentida mão é fácil eu devia ser acarinhada não posta de parte por simplesmente extrapolar . Quase um ano a viver sozinha foi a ti a primeira q recebeste a novidades. Até hoje nem comentas nada meu. Não me dirihljam palavra SFF.
Vania, passo muito pouco tempo no PC e não tenho estado bem de saude, acho que já te disse isso. Este momento não é fácil para ninguém e as pessoas estão todas muito mal... não há ninguém que não extrapole. isso é um facto. O meu trabalho é escrever e não atender nem responder a ninguém. Apesar de o fazer sempre que posso e estou por aqui e abro os emails, raramente. Além de não me apetecer perder tempo nas redes sociais há muita gente com problemas a minha volta e também não posso responder a todas - nomeadamente nas redes sociais. Não posso comentar no Instagram e nem sei porquê e estou-me nas tintas para aquilo. Só me interessa divulgar o livro.
A luta humana é individual e todas temos problemas. A vida não está fácil para ninguém. Nem ninguém pode salvar ninguém. A nossa humanidade está em perigo pelo egoismo e as paranoias e crenças das pessoas em geral.
Desejo-te as melhoras.
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