O Livro: "A GRANDE DEUSA" - de Jean Markale
"Apesar dos discursos que se pretendem feministas, apesar de importantes concessões feitas ao apostolado das mulheres, a regra é sempre masculina: só um homem pode representar Jesus, e, portanto, Deus pai, pois admitir as mulheres à função sacerdotal seria voltar aos cultos julgados escandalosos anteriores ao cristianismo." - aquando do Culto da Grande Deusa e em que as mulheres foram as detentoras do amor e cura e sacerdotisas por direito e dever, durante milénios de História, antes da "História" dos homens, história de guerra e destruição em que ainda vivemos hoje....
Ela é a virgem eterna, o que não quer dizer intocada, mas sim a que não vive sob o domínio do homem .(Agustina Bessa-Luis)
O poder que os homens exercem sobre as mulheres em todo o lado, poder esse que se tornou modelo de todas as formas de exploração e de controlo ilegítimo? (1978 - Adrienne Riche)
Eu iria ao ponto de afirmar que mesmo antes de existir escravatura ou domínio de classes, o homem tinha feito uma abordagem da mulher que serviria um dia para introduzir diferenças entre toda a gente. (Levi-Strausse)
"Muito do que é de forma limitada designada como "política" parece basear-se num desejo de certeza masmo à custa da honestidade, de uma análise que, uma vez feita, não precisa de voltar a ser examinada. Tal é o beco sem saída - para a mulher - em que se tornou o marxismo nos nossos dias."
Nota à margem:
Isto, eu encontrei já desde 1969 ou 1970 - portanto "esses dias", para a mulher, são de muito antes senão de sempre, desde que o desvio cultural e histórico se deu ANTES da "nossa" História
"E onde quer que a política se tenha exteriorizado, a sensação é, de facto, a de um beco sem saída, divorciada do dia-a-dia das vidas da mulher ou do homem, limitada a uma gíria de elite, a um enclave, definida por pequenas seitas que alimentamos erros uma das outras." ( Adrienne Riche)
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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